Diante do aperto no círculo de críticas, governo e PT
começam a executar estratégia de rebater cada uma delas; ministro Guido Mantega
respondeu a artigo do ex-presidente do BC Armínio Fraga no jornal Folha de S.
Paulo; "Não entregou a meta de inflação", lembrou o chefe da política
econômica; em seguida, para não deixar sem comentários afirmação de Marina
Silva de que pretende governar "com os bons do PSDB e do PT",
presidente Dilma Rousseff retrucou que a escolha correta é pelo
"compromisso que a pessoa tem"; indo adiante, Dilma assinalou que
"os bons deste País têm compromissos com a distribuição de renda e a
inclusão social"; fechando a quinta-feira de 'bateu, levou', presidente de
PT mandou para a Justiça Eleitoral vídeo adulterado em que ex-presidente Lula é
visto como se apoiasse postulante do PSB; "Fraude", resumiu Rui
Falcão; agora vai?
28 de Agosto de 2014 às 22:06
247 – Dois dias depois de a presidente Dilma Rousseff ter
sido cercada de críticas à direita e à esquerda, no debate entre candidatos a
presidente organizado pela Rede Bandeirantes, o governo parece ter entrado em
regime de ordem unida para responder, na mesma moeda, aos ataques da oposição.
Ao menos foi o que fizeram nesta quinta-feira 28, diante de três diferentes
disparos, a presidente Dilma Rousseff, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, e
o presidente do PT, Rui Falcão. Sem meias palavras, deixando claro seus alvos
mas sem citá-los nominalmente, eles passaram a mensagem de que o tempo das
provocações sem resposta pode ter ficado para trás.
Quem tomou a dianteira de enfrentar um dos temas em debate
no dia foi Mantega. Para marcar a posição de agora candidato oficial a ministro
da Fazenda, após ter seu nome assegurado pelo presidenciável Aécio Neves, do
PSDB, o ex-presidente do BC Armínio Fraga publicou duro artigo no jornal Folha
de S. Paulo. Destacando que "populismo e mentira são inimigos da
democracia", Fraga atribuiu sete "mentiras" econômicas que
atribuiu ao PT, partido que "adota uma retórica populista e agressiva para
marcar suas posições".
MANTEGA NÃO FEZ QUE NÃO VIU - Em entrevista coletiva a
jornalistas em Brasília, ele procurou pelo assunto e avançou na crítica a
Fraga, citado de maneira jocosa:
- Tem um candidato aí que era presidente do Banco Central e
não entregou a meta de inflação, disse o ministro. Ele não se esquivou da
discussão ideológica por detrás do debate sobre a política econômica:
- Estão falando que vão combater a inflação de forma radical
e podemos voltar aos juros estratosféricos do passado, que só o setor
financeiro leva vantagem, e nada para a produção, continuou. "Impedimos a
valorização cambial porque muita gente usou a valorização como âncora para
baixar inflação, e nós não fizemos isso, que eu chamo de populismo
cambial".
- Até poderão ser bem-sucedidos, mas vão criar recessão,
desemprego e a população vai regredir. Tudo isso que a população avançou, corre
o risco de ser revertido, é perigoso. É melhor que deixem claro para a
população.
BONS PARA QUEM? - Poucas horas depois da rebatida de
Mantega, a própria presidente Dilma Rousseff se dirigiu de maneira velada, com
críticas, à adversária Marina Silva. De olho em ampliar seu eleitorado, a
candidata do PSB disse no debate entre candidatos a presidente organizado pela
Rede Bandeirantes, na terça-feira 28, que pretende governar com "os bons
do PSDB e do PT".
Diante de trabalhadores rurais reunidos em efento organizado
pela Contag, em Brasília, Dilma chamou o assunto para si:
- Achar os bons sem um parâmetro de aferição não está certo,
demarcou a presidente. "Para mim, os bons são aqueles que têm compromisso
com a distribuição de renda e a inclusão social, assinalou.
REAÇÃO RÁPIDA - A marcação de cada movimento da oposição
incluiu também uma ação rápida do comando nacional do PT, que acionou a Justiça
Eleitoral e o Ministério Público para investigar a fraude em um vídeo gravado
pelo ex-presidente Lula. Ele teve seu pedido formal de votos, feito para o
horário eleitoral gratuito, à candidata ao Senado Marina Sant'Anna (PT-GO)
transformado, por truque de edição, num apoio a Marina Silva. Até os logotipos
da campanha dela foram inseridos no vídeo em que Lula aparece:
- Isso é uma fraude, resumiu Falcão, que fez a acusação em
entrevista coletiva na sede nacional do partido, na capital federal. O que
poderia ter sido levado como uma piada, o PT encarou, em razão do potencial de
risco, como um crime eleitoral.
As três manifestações configuram o início de um novo momento
na eleição presidencial. Este em que, frente aos reptos lançados pela oposição,
como é típico em qualquer campanha, o governo vai assumir a conhecida postura
do 'bateu, levou'. Com isso, a eleição só tende a esquentar em debate e ganhar
profundidade na explicitação de ideias e posições.
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