A cúpula do tucanato se reuniu nesta sexta-feira.
E amarelaram diante do impeachment.
É a primeira vitória política provocada pelo encontro na ABI
da terça-feira, no qual Lula deixou bem claro que, se a direita quiser guerra,
haverá guerra.
Para vocês verem como é importante fazer a luta política e
ir para a contra-ofensiva.
Os próprios tucanos não conseguiram esconder que desistiram
do impeachment em virtude das declarações de Lula e do MST.
Ficaram com medo de uma deflagração social.
E tem que ter mesmo, porque haveria sim um cenário de guerra
civil se os tucanos, em conluio com a mídia, tramassem um golpe branco para
usurpar o poder que o povo se recusou a lhes dar.
O líder do MST, João Pedro Stédile, declarou em alto e bom
som que todos movimentos sociais marcharão ao lado do campo progressista contra
um impeachment da presidenta Dilma.
A esquerda tem inúmeras críticas ao governo federal. Tinha
antes da reeleição e tem mais ainda agora.
Mas quer exercer essas críticas num ambiente democrático.
Tem esperança de usar a democracia para convencer o governo
sobre a importância de seus projetos.
O PSDB asseverou que não participará das marchas de
impeachment agendadas para o dia 15 de março.
Apenas um tucano ou outro mais golpista, como Aloysio Nunes,
disse que estará lá.
(Entretanto, me parece óbvio que o partido, junto com a
mídia, vai tentar ao máximo insuflá-las, com dinheiro e imprensa).
Falta o governo acordar de seu torpor e reagir. Até porque,
a meu ver, o PSDB aguardará ao menos 1 ano e pouco de governo para voltar a
pedir o impedimento de Dilma.
Lula, sob os conselhos de Franklin Martins, que sugeriu ao
presidente e ao governo que falassem todos os dias, começou a reagir à ofensiva
midiática de 2005 e encerrou o governo com recorde histórico de aprovação.
Por que não chamam novamente Franklin Martins?
*
O texto abaixo acaba de ser publicado no blog do Gerson
Camarotti.
Cúpula tucana avalia que impeachment não é solução
Num longo almoço realizado nesta sexta-feira (27) no
Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, caciques do PSDB chegaram à
conclusão de que o impeachment não é solução para a crise política instalada no
país. Na avaliação conjunta, um processo de impedimento da presidente Dilma
Rousseff traria um transtorno enorme ao país e à democracia.
“É preciso ter responsabilidade com o país maior do que
qualquer projeto de partido”, resumiu ao Blog um dos presentes.
Além do anfitrião, o ex-presidente Fernando Henrique,
estavam presentes os senadores Aécio Neves (MG), presidente da legenda, Cássio
Cunha Lima (PB), líder da bancada, José Serra (SP), Tasso Jereissati (CE) e
Aloysio Nunes Ferreira (SP). Houve consenso dos presentes de que o governo está
num momento de extrema fragilidade e sem rumo.
No entanto, num cálculo pragmático, os tucanos lembraram que
a queda de Dilma levaria o PMDB ao poder. E obrigaria o PSDB a compor uma
coalizão em momento de grande dificuldade na política e na economia. Nesse
caso, o PSDB seria chamado para ser uma espécie de avalista, com pouca
influência no processo decisório.
Num momento descontraído, o ex-presidente Fernando Henrique
brincou com Aécio Neves: “Diante desse quadro, ainda bem que você perdeu a
eleição”. Sem perder o humor, o mineiro respondeu: “Vou para casa cuidar dos
meus filhos”.
Quanto às manifestações em favor do impeachment marcadas
para o dia 15 de março, o PSDB tomou a decisão de não participar. Mas alguns
tucanos, como o próprio senador Aloysio Nunes – que estava no almoço -, já
avisaram que estarão nas manifestações.
Na conversa, todos criticaram uma declaração recente do
ex-presidente Lula de que poderia convocar o exército do MST para barrar as
manifestações contra Dilma. A fala de Lula foi classificada como “inapropriada”
para o momento.
Na saída, o senador Cássio Cunha Lima externou sua
preocupação com o momento político. Foi quando Fernando Henrique comentou:
“Estamos em cima de um barril de pólvora”.
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