Zeca Ribeiro:
Deputado Vicentinho (PT-SP) atribui aprovação de projeto que
libera a terceirização ao crescimento da bancada pró-empresas e a redução da
representação dos trabalhadores na Câmara; "Éramos 87 deputados ligados
diretamente aos interesses dos trabalhadores e, nesta eleição, caímos para 47.
Deputados negros eram em torno de 12% e agora são 4%", disse ele
11 de Abril de 2015 às 07:37
Da Rede Brasil Atual – Para o deputado federal Vicente Paulo
da Silva, o Vicentinho (PT-SP), a aprovação pela Câmara dos Deputados, na
última quarta-feira (8), do Projeto de Lei 4.330, que amplia a terceirização,
abre caminho para "precarizar, de vez, os direitos dos trabalhadores no
Brasil". Em entrevista a Thelma Torrecilha, da Rádio Brasil Atual,
Vicentinho diz que "infelizmente o resultado era previsível", dado o
aumento do número de deputados que defendem os interesses empresariais e a
redução da bancada dos deputados ligados aos trabalhadores.
"Éramos 87 deputados ligados diretamente aos interesses
dos trabalhadores e, nesta eleição, caímos para 47. Deputados negros eram em
torno de 12% e agora são 4%. No lugar, entraram grandes fazendeiros e grandes
empresários", comentou. Ele prevê novos problemas para a classe
trabalhadora durante a atual legislatura.
Vicentinho faz o alerta: "Não dá para trabalhador ficar
votando em patrão. Eles têm os seus interesses, que são antagônicos aos dos
trabalhadores. Não dá para o povo pobre ficar votando no povo rico".
O deputado lamenta que tenham preterido o projeto de sua
autoria sobre o mesmo tema, que foi "criado a partir das instâncias da
CUT, ouvindo a dura realidade dos trabalhadores" e que, segundo ele,
"defendia direitos iguais para o trabalhador terceirizado e não
terceirizado".
"De acordo com esse projeto aprovado qualquer empresa
pode terceirizar tudo, absolutamente tudo", ressalta o deputado, que
espera que o Senado faça alterações no texto, principalmente em relação à
restrição da terceirização para atividades-fim, e sobre a responsabilização
solidária das empresas, em que contratada e contratante respondem à Justiça
simultaneamente, em caso de desrespeito aos direitos do trabalhador.
O deputado diz que essas questões também serão votadas, em
destaques, na Câmara, na próxima semana. Mas, dado o resultado da votação do
texto principal, Vicentinho mantém poucas esperanças de reverter o quadro.
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