Em entrevista ao Brasil 247, o ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da presidência da República, fala sobre a centralidade da realização de uma reforma política que tenha por centro o fim do financiamento empresarial de campanha e alerta que "nas últimas eleições foram R$ 5 bilhões e uma única empresa doou R$ 360 milhões. O que está acontecendo é o distanciamento da representação política da sociedade".
Divulgação.
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Responsável pela articulação entre o governo federal e os movimentos sociais, Rossetto destaca que "há uma crescente conscientização da população, que começa a entender que a corrupção nasce dessa relação espúria entre a política e o setor privado. Esta relação é permissiva, ilegal, criminosa e faz mal à democracia".
Segundo Rossetto, a própria Operação Lava Jato e o escândalo dos trens em São Paulo criam a oportunidade para a discussão dessa reforma. "As nações aprendem a partir de suas experiências mais dramáticas", diz ele. E completa: "Os dados são assustadores. Setores populares não participam mais da atividade política. Os eleitos são os que fazem as campanhas mais caras, ou seja, aqueles que melhor acessam os recursos financeiros. Isso não é bom para a democracia. Por um lado, a sociedade brasileira se democratiza, horizontalmente, com mais participação popular em todos setores, e também nas redes sociais. Por outro, há um estrangulamento da participação nos mecanismos da democracia representativa. A estrutura de representação sufoca a participação popular".
Na oportunidade, o ministro destacou a importante contribuição para alimentar o debate realizada pela Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas. "O Brasil não suporta mais esse modelo. As nações aprendem a partir das suas experiências mais dramáticas. Todos os casos de corrupção estão, direta ou indiretamente, conectados ao financiamento empresarial. Há uma crescente conscientização da população, que começa a entender que a corrupção nasce dessa relação espúria entre a política e o setor privado. Esta relação é permissiva, ilegal, criminosa e faz mal à democracia".
Ao falar sobre os setores que defendem o financiamento empresarial, Rossetto destacou que ser um "erro grave. Vários países, como França, Portugal e Canadá, migraram para outras experiências de financiamento, que são mais democráticas, onde o eleitor-cidadão pode doar usando o seu CPF. A proposta da CNBB, por exemplo, estimula um teto de 700 reais. Além disso, o poder público financia os partidos, uma vez que a democracia tem o custo, com o qual a sociedade deve arcar, de forma transparente e clara. Esse financiamento, por sua vez, deve traduzir uma igualdade maior entre os cidadãos e cidadãs".
"Quando falamos do fim do financiamento empresarial, é evidente que estamos falando de campanhas mais baratas e austeras, onde as ideias, os programas, a história e os compromissos dos candidatos organizem o debate político. Não há necessidade dessa utilização de marketing, de quinquilharias e de gastos desconectados com a realidade brasileira. Campanhas mais austeras farão bem ao País", explicou o ministro.
Leia também:"Postura de Gilmar Mendes é vergonhosa", afirma Broch em ato no STF
Sistema eleitoral esdrúxulo edifica ambiente de instabilidade
Manifestações
Rossetto também falou sobre as manifestões e observou que é preciso de mobilizar e disputar a luta nas ruas. "Precisamos fazer com que a população compreenda que combater o financiamento empresarial é a melhor forma de enfrentar a corrupção. Hoje, é muito comum encontrar um bom político que se diz achacado por um mau empresário. E vice-versa: um bom empresário que se diz achacado por um mau político. O que mais me surpreende é a ausência das lideranças empresariais nesse debate, que deveria interessar também às entidades patronais".Mais mulheres na política
Miguel Rossetto também defendeu a proposta de cotas para mulheres no parlamento e afimrou que "a sociedade tem maturidade para isso e seria importante estimular essa representação social na nossa estrutura política".
Ele ainda indicou ser contra ao chamado "distritão"defendido pelo PMDB e defendeu o voto em lista. "O melhor instrumento de controle da sociedade sobre o voto é o partido, como instrumento de organização coletiva".
#DevolveGilmar
Ao falar sobre o pedido de vistas da Adin que prevê o fim do financiamento empresarial de campanha feito pelo ministro do Supremo Gilmar Mendes, o ministro Rossetto disse que "é responsabilidade constitucional do STF julgar. Há uma maioria conformada, já com seis votos, e há a expectativa de que o ministro Gilmar Mendes devolva seu pedido de vista, manifeste sua opinião, dê conhecimento dela à sociedade e que o tribunal julgue"
E completou: "O julgamento no STF cria uma referência de constitucionalidade muito importante. Mas a reforma é importante, em razão de várias outras pautas, como o voto em lista, o voto em gênero, a discussão sobre as coligações e assim por diante".
Do Portal Vermelho
Com informações do Brasil247
Segundo Rossetto, a própria Operação Lava Jato e o escândalo dos trens em São Paulo criam a oportunidade para a discussão dessa reforma. "As nações aprendem a partir de suas experiências mais dramáticas", diz ele. E completa: "Os dados são assustadores. Setores populares não participam mais da atividade política. Os eleitos são os que fazem as campanhas mais caras, ou seja, aqueles que melhor acessam os recursos financeiros. Isso não é bom para a democracia. Por um lado, a sociedade brasileira se democratiza, horizontalmente, com mais participação popular em todos setores, e também nas redes sociais. Por outro, há um estrangulamento da participação nos mecanismos da democracia representativa. A estrutura de representação sufoca a participação popular".
Na oportunidade, o ministro destacou a importante contribuição para alimentar o debate realizada pela Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas. "O Brasil não suporta mais esse modelo. As nações aprendem a partir das suas experiências mais dramáticas. Todos os casos de corrupção estão, direta ou indiretamente, conectados ao financiamento empresarial. Há uma crescente conscientização da população, que começa a entender que a corrupção nasce dessa relação espúria entre a política e o setor privado. Esta relação é permissiva, ilegal, criminosa e faz mal à democracia".
Ao falar sobre os setores que defendem o financiamento empresarial, Rossetto destacou que ser um "erro grave. Vários países, como França, Portugal e Canadá, migraram para outras experiências de financiamento, que são mais democráticas, onde o eleitor-cidadão pode doar usando o seu CPF. A proposta da CNBB, por exemplo, estimula um teto de 700 reais. Além disso, o poder público financia os partidos, uma vez que a democracia tem o custo, com o qual a sociedade deve arcar, de forma transparente e clara. Esse financiamento, por sua vez, deve traduzir uma igualdade maior entre os cidadãos e cidadãs".
"Quando falamos do fim do financiamento empresarial, é evidente que estamos falando de campanhas mais baratas e austeras, onde as ideias, os programas, a história e os compromissos dos candidatos organizem o debate político. Não há necessidade dessa utilização de marketing, de quinquilharias e de gastos desconectados com a realidade brasileira. Campanhas mais austeras farão bem ao País", explicou o ministro.
Leia também:"Postura de Gilmar Mendes é vergonhosa", afirma Broch em ato no STF
Sistema eleitoral esdrúxulo edifica ambiente de instabilidade
Manifestações
Rossetto também falou sobre as manifestões e observou que é preciso de mobilizar e disputar a luta nas ruas. "Precisamos fazer com que a população compreenda que combater o financiamento empresarial é a melhor forma de enfrentar a corrupção. Hoje, é muito comum encontrar um bom político que se diz achacado por um mau empresário. E vice-versa: um bom empresário que se diz achacado por um mau político. O que mais me surpreende é a ausência das lideranças empresariais nesse debate, que deveria interessar também às entidades patronais".Mais mulheres na política
Miguel Rossetto também defendeu a proposta de cotas para mulheres no parlamento e afimrou que "a sociedade tem maturidade para isso e seria importante estimular essa representação social na nossa estrutura política".

#DevolveGilmar
Ao falar sobre o pedido de vistas da Adin que prevê o fim do financiamento empresarial de campanha feito pelo ministro do Supremo Gilmar Mendes, o ministro Rossetto disse que "é responsabilidade constitucional do STF julgar. Há uma maioria conformada, já com seis votos, e há a expectativa de que o ministro Gilmar Mendes devolva seu pedido de vista, manifeste sua opinião, dê conhecimento dela à sociedade e que o tribunal julgue"
E completou: "O julgamento no STF cria uma referência de constitucionalidade muito importante. Mas a reforma é importante, em razão de várias outras pautas, como o voto em lista, o voto em gênero, a discussão sobre as coligações e assim por diante".
Do Portal Vermelho
Com informações do Brasil247
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