Juntos, os escândalos das contas secretas no HSBC (o chamado
Swissleaks) e das propinas pagas para aliviar multas tributárias (a Operação
Zelotes) fazem um strike em personalidades que alimentam o pensamento
conservador no Brasil; na Zelotes, o grupo Gerdau, do empresário Jorge Gerdau,
mantenedor do Instituto Millenium, aparece como pagante da maior propina (R$ 50
milhões); na mesma operação, está também a RBS, de Eduardo Sirotsky e Armínio
Fraga (R$ 15 milhões), que é afiliada da Globo; no Swissleaks, um dos nomes é o
de José Roberto Guzzo, diretor da Abril, que é també
m mantenedora do Millenium;
a direita, no Brasil, não gosta de pagar impostos?
3 de Abril de 2015 às 18:22
247 - Dois escândalos recentes, batizados como Swissleaks e
Zelotes, evidenciam uma realidade brasileira: ricos não gostam de pagar
impostos, nem de declarar todo seu patrimônio.
O caso Swissleaks, alvo de uma CPI no Senado, envolve 8.667
brasileiros que mantêm ou mantiveram contas secretas na Suíça, no HSBC de
Genebra.
A Operação Zelotes fisgou uma quadrilha especializada em
vender facilidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf,
causando um prejuízo estimado em R$ 19 bilhões.
Os dois casos tratam de um mesmo fenômeno: sonegação fiscal.
O que une as duas pontas é a presença de nomes ilustres da direita brasileira,
que tentam impor uma agenda conservadora à toda sociedade.
Nesta sexta-feira, uma reportagem do jornal Estado de S.
Paulo revelou que o grupo Gerdau, do empresário Jorge Gerdau, é suspeito de
pagar a maior propina da Operação Zelotes: R$ 50 milhões para cancelar uma
dívida tributária de R$ 4 bilhões. Um "bom negócio", com o pagamento
de um real para cada 80 devidos (saiba mais aqui).
Gerdau é o principal mantenedor do Instituto Millenium, um
instituto criado por empresários brasileiros para consolidar um pensamento
único no País, alinhado à direita e ao neoconservadorismo.
Na página do Millenium, aparece como "grupo líder"
(confira aqui), ao lado da Editora Abril, que publica Veja e cujo conselheiro
editorial José Roberto Guzzo, um de seus principais articulistas, publicou
artigo sobre como é insuportável viver no Brasil de hoje (leia aqui) – Guzzo,
para quem não se lembra, foi um dos jornalistas citados no Swissleaks.
Voltando ao Millenium, abaixo do "grupo líder"
aparece o "grupo apoio", onde desponta a RBS, afiliada da Globo na
Região Sul, comandada por Eduardo Sirotsky. O envolmento da RBS, assim como o
de Gerdau, é com a Operação Zelotes, onde a empresa teria pago uma propina de
R$ 15 milhões para abater uma dívida de R$ 150 milhões. Um negócio bom para
quem gosta de levar vantagem, mas não tão bom quanto o de Gerdau. No caso da
RBS, a relação seria de um real pago para cada dez devidos.
Nesta sexta-feira, como lembrou Fernando Brito, editor do
Tijolaço, a RBS é sócia de ninguém menos que o economista Armínio Fraga,
ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso e ex-futuro
ministro da Fazenda de Aécio Neves (leia mais aqui).
Em sua página, o Instituto Millenium informa trabalhar pela
promoção da democracia, da liberdade, do Estado de Direito e da economia de
mercado. Mas, e os impostos?
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