“Desinformação leva ao preconceito contra Bolsa Família”,
diz a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
Segundo ela, a falta de informação leva as pessoas a repetirem ideias
preconceituosas contra o programa e os que recebem o benefício. Apesar disso, o
Bolsa Família completa 12 anos com um saldo de avanços significativos para o
Brasil.
Reprodução
Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza
Campello, enfatiza que preconceito leva à desinformação Ministra do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, Tereza Campello, enfatiza que preconceito leva à
desinformação
Mas em tempos de ódio e intolerância, o programa de
distribuição de renda que se tornou um exemplo para o mundo, é também alvo de
ataques sistemáticos da direita conservadora.
“O que preocupa a todos nós que vimos o que o Bolsa Família
fez pelo país é que tem muita gente que continua atacando o programa e a
população pobre, gente que acha que a pessoa é pobre porque é vagabunda. As
pessoas são pobres muitas vezes trabalhando muito, muito mais que todos nós,
porque não tiveram acesso a um conjunto de serviços, à educação, não puderam se
qualificar, muitas vezes plantam e não conseguem colher por causa dessa seca
terrível que estamos vivendo. Então, as pessoas têm o apoio no Bolsa Família, é
uma complementação”, disse a ministra.
Ela citou como exemplo o preconceito contra os nordestinos e
a reprodução de discursos como dizer que “as famílias vão ter mais filhos para
continuar ganhando o benefício”. “No Nordeste, entre a população mais pobre foi
onde mais caiu a natalidade. A taxa de natalidade caiu 10% no Brasil, no
Nordeste caiu 26%. Não só não é verdade que as famílias têm tido mais filhos,
como é verdade que elas têm reduzido o número de filhos. Mas as pessoas
continuam reproduzindo [o preconceito].”
Para a secretária nacional de Assistência Social, Ieda
Castro, é necessário enfrentar a falta de informação e o preconceito contra o
programa de transferência de renda. “É um direito da pessoa receber uma transferência
de renda. Ele não substitui a renda do trabalho, apenas complementa. As pessoas
não estão deixando de trabalhar por conta disso”, frisou Ieda.
Em doze anos de programa, o Bolsa Família mostra que existem
falhas, no entanto, são muito poucas e incomparáveis com os de benefícios que
traz à população e ao estado.
Um exemplo disso é Maria Valquíria, moradora do Varjão, no
Distrito Federal, uma das beneficiárias do programa, que aponta as mudanças que
o programa trouxe para seu cotidiano. “A minha vida era outra antes do Bolsa
Família. Meus filhos iam à escola e dividiam o caderno, porque eu não tinha
condições de comprar mais de um”, lembra. “Hoje, saímos do nosso barraco de
madeirite, vivemos em uma casa de alvenaria, tenho todos eles criados e educados
e uma condição de vida bem melhor”, explica. Sobre a participação no
documentário, ela sorri, envergonhada: “As pessoas fazem questão de criticar o
governo quando alguma coisa não vai bem. Na hora de elogiar as coisas que
funcionam, todo mundo pula fora. Por isso fiz questão de atender a equipe. Acho
importante mostrar para todo mundo que o Bolsa Família muda a vida das
pessoas”.
Conquistas
Instituído em 2003, o Bolsa Família contribui para a
superação da pobreza com a complementação da renda de famílias e acompanha, nas
áreas de Saúde e Educação, as crianças, os adolescentes e as mulheres grávidas
que recebem o benefício.
Entre os benefícios que o programa trouxe, de acordo com a
ministra Tereza Campello, estão a redução da fome, da pobreza, da mortalidade
infantil, do trabalho infantil e da evasão escolar. Atualmente, são atendidas
cerca de 14 milhões de famílias em todo o país.
Ela ressalta que, além de beneficiar a família, o programa
ajuda a economia local, já que a cada R$ 1 investido, o retorno é R$ 1,78 para
a economia. A ministra lembra que os recursos para o Bolsa Família estão
garantidos no Orçamento de 2016 e correspondem a 0,5% do Produto Interno Bruto
do país. “Certamente não é o Bolsa Família que causa impacto no Orçamento. O
governo está fazendo um esforço para garantir que as despesas e receitas
permaneçam equilibradas, mas não é o programa que está desequilibrando nada, ao
contrário, ele tem ajudado a economia.”
Só em 2014, 600 mil famílias deixaram o Bolsa Família,
informou Tereza. O governo também faz o cruzamento de dados para identificar
pessoas que estão fora do perfil. “Mas quem tiver informação de uma pessoa que
está recebendo e não deveria tem que nos ajudar. Todas as denúncias que
recebemos são apuradas”, afirmou.
No Portal da Transparência e no site da Caixa é possível
consultar as famílias beneficiadas e as denúncias podem ser feitas por telefone
pela central do Ministério do Desenvolvimento Social, no 0800 707 2003.
Aplicativo Bolsa Família
Para marcar os 12 anos do programa, a Caixa Econômica
Federal lançou hoje o aplicativo do Bolsa Família, disponível para os sistemas
operacionais Android, Windows Phone e IOS. Com ele, o beneficiário saberá, por
exemplo, o calendário de pagamento, o local mais próximo para fazer o saque e a
situação do benefício.
“Vamos ter um canal mais direto e seguro com a família.
Sabemos que mais de 82% da população de baixa renda têm acesso ao telefone
celular e podem, portanto, ter mais esse canal de informação”, acrescentou.
Do Portal Vermelho, com informações da Agência Brasil
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