(Breve histórico)
REFLEXÃO DA
SEMANA Nº 32
Bom dia meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em
Tempo. No dia 15 de novembro de 1889, um golpe
militar, Liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, depôs o
Imperador Dom Pedsro II, o Brasil deixou de ser um Imperio e passou a ser
uma República. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares.
Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou e
quem assumiu foi o vice-presidente Floriano Peixoto. Mesmo sendo um
golpe militar, a constituição de 1891 garantiu alguns avanços
políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representava os interesses
das elites agrárias do pais. A nova constituição garantiu
o registro civil, o casamento civil, separou a Igreja do Estado
e implantou o voto universal para os cidadãos, embora mulheres,
analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora. A intromissão dos
militares na política, nesta época, resultou no final em avanços
democráticos, o mesmo podemos afirmar sobre o golpe de 1930, mas bem
diferente do golpe militar de 1964 e dos golpes que querem aplicar contra Dilma
hoje.
O período que vai
de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor
agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano
Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos
controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada.
Contavam com o apoio da elite agrária do país.
Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que
beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do
oeste paulista. Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou e
favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por
outro, acabou provocando um abandono das outras regiões do país. As
regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes
políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.
Em março de 1930, foram realizadas as eleições para
presidente da República. Eleição esta que deu a vitória ao candidato
governista Júlio Prestes. Entretanto, Prestes não tomou posse. A Aliança
Liberal (nome dado aos aliados mineiros, gaúchos, e paraibanos) recusou-se a
aceitar a validade das eleições, alegando que a vitória de Júlio Prestes era
decorrente de fraude. Além da crise econômica acentuada pela crise de 1929; a
indignação, deste modo, aumentou, e o Exército – que por sua vez era
desfavorável ao governo vigente desde o tenentismo – começou a se mobilizar e
formou uma junta governamental composta por generais do Exército. No mês
seguinte, em três de novembro, Júlio Prestes foi deposto e fugiu junto com
Washington Luís e o poder então foi passado para Getúlio Vargas pondo fim à
República Velha.
A Era Vargas, apesar do período ditatorial iniciado em 1937, a Carta de
1934 adotou medidas democráticas e criou as bases da legislação
trabalhista e posteriormente ampliou bastante a nossa industrialização. Além
disso, ele sancionou o voto secreto e o voto feminino. Mesmo tendo sido ditador
de 1937 a 1945, usando os comunistas como cobaias, quando voltou em 1950
pelo voto do povo, enfrentou uma campanha da mídia e da elite conservadora
nacional, aliadas aos Estados Unidos, para parar o período de mudanças, que
acabou culminando com o seu suicídio, mas os militares e a elite
conservadora, divididos, não tiveram como impor um novo golpe que
só veio a ocorrer em 1964.
Quando os militares deram o golpe de 1964, o
pais já era outro bem mais desenvolvido devido justamente aos governos civis de
Vargas e Juscelino. Quando o governo João Goulart caiu contava com 76% de opinião
pública a seu favor mas este ciclo de mudanças precisava avançar, pois o modelo
desenvolvimentista se esgotara. Jango propôs mudanças com as reformas de
base: reforma agrária, reforma educacional, controle da remessa de lucros,
duplicou o salário mínimo etc. Estas mudanças irritou a nossa elite entreguista
que convenceram boa parte da população e de militares entreguistas, com apoio
da mídia e juízes golpistas, deram o golpe e conseguiram parar com as
mudanças boas de Jango para o país e para o povo.
Hoje o país é outro bem diferente destes períodos
anteriores. Um golpe militar nos moldes do de 1964, tornou-se inviável devido a
conjuntura internacional e a nossa própria experiência passada. Mesmo que as
crises do modelo capitalista, tal como ocorre hoje, tenha alimentado e
contribuído com estas rupturas no passado, as últimas declarações dos
comandantes das forças armadas do Brasil de respeito às instituições
democráticas são muito importantes.
O problema hoje contra a nossa República
Democrática é um golpe do tipo que ocorreu no Paraguai recentemente. Lá
juntou-se as forças conservadoras, com apoio da mídia e da justiça golpistas,
fabricaram um crime para o presidente e deram o golpe. Do
mesmo jeito querem fazer com a Dilma no Brasil com as tais pedaladas fiscais.
Urge portanto ao povo e as forças resistirem, pois onde estes golpes de novo
tipo, seja no Paraguai, em Onduras ou na Ucrânia tiveram êxito as
liberdades foram sacrificadas e o povo pagou o pato.
Portanto meus amigos e amigas ouvintes, este 15 de
novembro deve servir para a nossa reflexão no sentido de tornar a
República cada vez mais do povo, como reza a etimologia da própria
palavra. Para isso devemos lutar para manter e ampliar
as conquistas sociais para o povo trabalhador,realizar as reformas
estruturais que o país ainda não fez, com a reforma tributária, a
reforma política e a reforma da mídia e barrar este golpismo, que
sofreu algumas derrotas recentemente, mas infelizmente para a
infelicidade do Brasil e do nosso povo trabalhador ainda está vivo e
conspirando contra as nossas liberdades e conquistas sociais destes últimos 13
anos com Lula e Dilma.
Fonte: Wikipédia e Boris Fausto
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