REFLEXÃO DA SEMANA N. 60
Por Dedé Rodrigues
Bom dia meus amigos e minhas
amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. Qualquer cientista político
honesto ou até o cidadão comum, que não seja alienado, reconhece os avanços do
Brasil depois dos governos Lula e Dilma.
Para a Jornalista Eleonora Resende, depois do golpe de Estado que estamos presenciando, “A elite brasileira está dando um tiro no pé. Embarca na canoa do retrocesso social, dá as mãos a grupos fossilizados de oligarquias regionais, submete-se a interesses externos, abandona qualquer esboço de projeto para o país”. O poeta Zé Luis, Rio Grande do Norte, reproduziu em versos como era o “Brasil em carne e alma”, antes dos governos desenvolvimentistas de Lula e Dilma, especialmente no período neoliberal pós - redemocratização, época de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso. Muito do que ele disse ainda é atual, mas muita coisa também mudou nos últimos 14 anos. Caso o golpe seja aprovado no Senado, Dilma seja afastada definitivamente e, Michel Temer continue governando o Brasil, não tenho dúvidas que o país voltará a ser muito parecido com a descrição de Zé Luis: Leia o verso abaixo:
Para a Jornalista Eleonora Resende, depois do golpe de Estado que estamos presenciando, “A elite brasileira está dando um tiro no pé. Embarca na canoa do retrocesso social, dá as mãos a grupos fossilizados de oligarquias regionais, submete-se a interesses externos, abandona qualquer esboço de projeto para o país”. O poeta Zé Luis, Rio Grande do Norte, reproduziu em versos como era o “Brasil em carne e alma”, antes dos governos desenvolvimentistas de Lula e Dilma, especialmente no período neoliberal pós - redemocratização, época de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso. Muito do que ele disse ainda é atual, mas muita coisa também mudou nos últimos 14 anos. Caso o golpe seja aprovado no Senado, Dilma seja afastada definitivamente e, Michel Temer continue governando o Brasil, não tenho dúvidas que o país voltará a ser muito parecido com a descrição de Zé Luis: Leia o verso abaixo:
O BRASIL EM CARNE E ALMA
É hoje o Brasil, um lar de desgraça,
Cinema de farsas, teatro de embustes,
Cassino de trustes fedendo a trapaça;
Os jornais enganam e a Globo não passa
De um laboratório de alienar.
Tornou-se o Congresso um trono vulgar,
De olhos que não veem, de almas que não sentem;
De corpos que luxam, de bocas que mentem
Nos dez de galope na beira do mar.
Brasil que hoje em dia seus cidadão sentem
Juros extorsivos, pesados impostos;
De mentiras claras, de escândalos expostos
Que os grupos não cobrem por muito que tentem;
Que os seus governantes calados consentem
Que dráculas de fora venha lhe sugar;
De uma dívida externa quase secular,
Que é paga com nota que são carimbadas
Com tinta de sangue das mãos exploradas;
Nos dez de galope na beira do mar.
As leis que nos regem são leis superadas,
Vis, absoletas, repletas de emendas;
As nossas fazendas parecem fazendas,
Mas são verdadeiras quadrilhas armadas.
As terras existem, mas não nos são dadas;
E os que lutaram pra nelas plantar,
As armas do crime vieram calar;
E hoje, já não lutam, apenas esfriam
Debaixo da terra que tanto queriam;
Nos dez de galope na beira do mar.
Brasil de flerestas que alguns negociam,
De mães faveladas que estão na sarjetas,
Sem riso nos lábios, sem leite nas tetas
Pras bocas famintas do filhos que criam.
Que as nossas crianças, sem pão se viciam
Nas sujas lições que o crime ensinar;
São trinta milhões de filhos sem lar,
Que a mãe é a noite, que a luz é a lua,
Que o mundo é o mestre, que a cama é a rua;
Nos dez de galepe na beira do mar.
Brasil de uma música que não é a sua;
De alguns literatos, apenas pseudos;
De um rico Nordeste partido entre feudos,
Mas que é proibido que o povo usufrua;
De falsos políticos que o povo culltua,
Por que foi castrado, não sabe pensar;
De uma carta magna que vão promulgar,
Que oprime o campônio, que esquece a mulher,
Que ler quem tem tempo, que cumpre quem quer
Nos dez de galopes na beira do mar.
Brasil de heróis mortos que o povo inda quer
Apesar de tudo, homenageá-los
Que o livro de história hão de relembrá-los,
Enquanto um resquício de honra inda houver;
De Dina heroina guerreira mulher,
Meiga como as flores, pura como o ar;
De Carlos Lamarca, de Pedro Pomar;
Que acharam melhor morrer como bravos
Do que, como a gente, viver como escravos;
Nos dez de galope na beira do mar.
Brasil de três raças, de negros tão bravos,
Guindastes humanos nos dias primeiros,
Que foram nos sujos porões dos cargueiros,
Vendidos, comprados por míseros centavos,
Plantaram, mcolheram, foram e são escravos,
Que o negro não pode as algemas quebrar,
A argola inda existe, sem ele enxergar,
E ainda é a pátria,
na rua e nas hortas,
Uma gigantesca senzala sem portas
Nos dez de galope na beira do mar.
Meu Brasil confuso, por que não confortas
Teus índios? Que as matas não foram pra eles
Teto para o sono, mão dos filhos deles!...
Na louca corrida do ouro, estão mortas!
Quem foi no passado senhor dessas hortas,
É mero retrato de um livro escolar;
Tomaram as reservas, deixaram cocar;
Quem foi dessas hortas senhor, dono e pai;
Mendiga um pedaço de terra a FUNAI
nos dez de galope na beira do mar.
Brasil de florestas que aos poucos se esvai;
Por finos machados cortada, padece;
E o seio da mata, ferido, estremece
A cada pedaço de calho que cai;
Que o seu solo sente que o seu ouro vai
Para os que devastam, sem reflorestar;
Daqui trinta anos, sem árvores, sem ar,
Em que nossos filhos serão transformados?
Se os nossos pulmões estão sendo arrancados!
Nos dez de galope na beira do mar.
Brasil das mentiras, dos Planos Cruzados,
De escolas sem quase nenhum conteúdo,
De cinco por cento de donos de tudo
E noventa e cinco de assalariados,
De crimes impunes, de chão violados,
Com as veias abertas, que estão a sangrar;
De um povo que dorme, mas quando acordar
Irá transformá-lo num templo de paz,
Num Édem terrestre de homens iguais;
Nos dez de galope na beira do mar.
Zé Luis – Rio Grande do Norte.
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