REFLEXÃO DA SEMANA Nº 89
Por Dedé Rodrigues
Bom dia meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa
Tabira em Tempo. Primeiro do que tudo fora Temer! O ano de 2017 inicia
estourando uma ferida social no Brasil com as chacinas entre facções nos
presídios que ceifaram a vida de cerca de 140 pessoas e não há sinal de parar essa
matança. O governo não tem competência para solucionar o problema, a empresa do
crime mundial não para de crescer e no Brasil o sistema prisional forma o homem
no curso superior do crime e, tudo leva a crer, que a barbárie social instalada
no país só tende a piorar com esse governo golpista e incompetente de Temer e a
sua política ultra neoliberal que vai gerar uma exclusão social crescente, a
principal promotora do crime no Brasil.
No país historicamente temos uma elite vira lata,
escravocrata e entreguista das nossas riquezas para o exterior que sempre
detestou índios, pretos, prostitutas, pobres, comunistas, homossexuais,
mulheres e agora petistas. A política excludente de concentração de renda de vários
governos, jogou os negros nas favelas,
gerou desemprego em massa e aproximou os pretos e os pobres do tráfico de
drogas e do crime. Nesse cenário de horror social com a prisão em massa desses
excluídos superlotando os presídios e tratamento desumano fora e dentro das
cadeias que surgiu às facções do crime: Comando Vermelho, PCC, Sindicato do
crime e Família do Norte. Com o contato desses criminosos comuns com os presos políticos na época da Ditadura Militar
eles adquiriram uma grau de união e organização nunca vistos.
Em entrevista
de Maria Ligia na TV Gazeta com Paulo
Vannuchi da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, ele dizia que no Brasil
temos 660 mil presos, destes 1% são os dirigentes dessas facções, 10% são os
criminosos mais perigosos e 89% são detentos de menor periculosidade que são
arregimentados pelo crime quando chegam aos presídios. E pior: mais de 40% da população carcerária
estão cumprindo prisão provisória e grande número já cumpriu a pena e continuam
mofando lá e estudando na universidade do crime.
Para ele enquanto não separar os mentores do crime dos
outros presos não vai resolver o problema, pelo contrário a construção de
presídios nessas circunstâncias deve agravar ainda mais o problema, pois leva seis
meses para construir um presídio que só vão multiplicar o crime no futuro. Para
mim três coisas são indispensáveis para a recuperação do detento: respeito aos
direitos humanos, em especial o direito a educação e ao trabalho, pois é pelo
trabalho que o homem muda a natureza e a si próprio.
Para o Jornalista Carlos Amorim, autor de vários livros
sobre as organizações criminosas no Brasil, o problema do crime é muito mais
complexo do que muita gente imagina. O sistema prisional brasileiro é desumano e
não recupera o preso e a política repressiva e de extermínio não é a solução.
Segundo ele mata-se no Brasil em torno de 130 pessoas por dia, isso fora dos
presídios. Na hora que se mata um líder de facção ou detento o mesmo é
substituído logo, em outras palavras, existe um grande “exército de reserva de
excluídos” para ser arregimentado pelo crime na sociedade.
O mesmo Jornalista
disse também que o crime no Brasil está interligado com a empresa do crime no
mundo, segundo ele, a multinacional do crime é maior do que empresa de petróleo
e movimenta uma grana trilionária. No
Brasil o crime está ligado aos poderes e existe até a bancada do crime no
Congresso Nacional. Questionado sobre a solução, o Jornalistas Carlos Amorim
disse que não tem, mas deixou uma pista muito importante: quanto mais o governo
distribui renda mais a criminalidade cai.
Ora meus amigos! Não preciso de muito esforço mental para
deduzir que o sistema capitalista é promotor da indústria do crime e da
violência, na medida em que só 8 bilionário tem mais dinheiro do que 3 bilhões
e 600 milhões de pessoas no mundo.
Aqui no país só seis brasileiros acumulam a mesma riqueza que
50% da população mais pobre do país, ou seja, tem mais dinheiro do que 100
milhões de brasileiros, segundo a ONG Oxfam. Na contramão do enfrentamento à
desigualdade, o Brasil não tem combatido problemas como o sistema tributário
injusto e o desvio de grande parte do fundo público para pagamento de juros.
Para piorar, medidas anunciadas por Michel Temer devem retirar direitos,
achatar salários e manter privilégios, ampliando a diferença que separa poucos
ricos dos muitos pobres e, com certeza, tudo isso aumentará a violência.
A última medida de
improviso de Temer foi delegar às forças armadas a tarefa de se meter no
problema carcerário do país. Para o
advogado e colunista da ConJur, Aury Lopes Jr., a medida do governo é “uma tentativa
desesperada de resolver um problema bem mais complexo” e representa um desvio
das finalidades constitucionais das Forças Armadas.
Os especialistas concordam que além disso, tal
medida não terá grande impacto na superação da crise carcerária pela qual o
país passa.
E concluo com a frase professor Altair Freitas:
“É triste o papel reservado às Forças Armadas do Brasil pelo presidente
golpista: faxineira de cadeia. Pelo amor de Deus! Uma vergonha completa, que só
acentua a desmoralização do país, das instituições e expõe a falência completa
da política de segurança pública”. E com
isso, Temer faz uma merda atrás da outra. FORA TEMER!
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