domingo, 22 de janeiro de 2017

A CONCENTRAÇÃO DE RENDA E O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO, QUAL É A RELAÇÃO?


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REFLEXÃO DA SEMANA Nº 89

Por Dedé Rodrigues

Bom dia meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. Primeiro do que tudo fora Temer! O ano de 2017 inicia estourando uma ferida social no Brasil com as chacinas entre facções nos presídios que ceifaram a vida de cerca de 140 pessoas e não há sinal de parar essa matança. O governo não tem competência para solucionar o problema, a empresa do crime mundial não para de crescer e no Brasil o sistema prisional forma o homem no curso superior do crime e, tudo leva a crer, que a barbárie social instalada no país só tende a piorar com esse governo golpista e incompetente de Temer e a sua política ultra neoliberal que vai gerar uma exclusão social crescente, a principal promotora do crime no Brasil.

No país historicamente temos uma elite vira lata, escravocrata e entreguista das nossas riquezas para o exterior que sempre detestou índios, pretos, prostitutas, pobres, comunistas, homossexuais, mulheres e agora petistas. A política excludente de concentração de renda de vários governos,  jogou os negros nas favelas, gerou desemprego em massa e aproximou os pretos e os pobres do tráfico de drogas e do crime. Nesse cenário de horror social com a prisão em massa desses excluídos superlotando os presídios e tratamento desumano fora e dentro das cadeias que surgiu às facções do crime: Comando Vermelho, PCC, Sindicato do crime e Família do Norte. Com o contato desses criminosos comuns com os  presos políticos na época da Ditadura Militar eles adquiriram uma grau de união e organização nunca vistos.
Em entrevista de Maria Ligia na TV Gazeta com  Paulo Vannuchi  da Comissão Interamericana  de Direitos Humanos, ele dizia que no Brasil temos 660 mil presos, destes 1% são os dirigentes dessas facções, 10% são os criminosos mais perigosos e 89% são detentos de menor periculosidade que são arregimentados pelo crime quando chegam aos presídios.  E pior: mais de 40% da população carcerária estão cumprindo prisão provisória e grande número já cumpriu a pena e continuam mofando lá e estudando na universidade do crime. 
Para ele enquanto não separar os mentores do crime dos outros presos não vai resolver o problema, pelo contrário a construção de presídios nessas circunstâncias deve agravar ainda mais o problema, pois leva seis meses para construir um presídio que só vão multiplicar o crime no futuro. Para mim três coisas são indispensáveis para a recuperação do detento: respeito aos direitos humanos, em especial o direito a educação e ao trabalho, pois é pelo trabalho que o homem muda a natureza e a si próprio.
Para o Jornalista Carlos Amorim, autor de vários livros sobre as organizações criminosas no Brasil, o problema do crime é muito mais complexo do que muita gente imagina. O sistema prisional brasileiro é desumano e não recupera o preso e a política repressiva e de extermínio não é a solução. Segundo ele mata-se no Brasil em torno de 130 pessoas por dia, isso fora dos presídios. Na hora que se mata um líder de facção ou detento o mesmo é substituído logo, em outras palavras, existe um grande “exército de reserva de excluídos” para ser arregimentado pelo crime na sociedade.
 O mesmo Jornalista disse também que o crime no Brasil está interligado com a empresa do crime no mundo, segundo ele, a multinacional do crime é maior do que empresa de petróleo e movimenta uma grana trilionária.  No Brasil o crime está ligado aos poderes e existe até a bancada do crime no Congresso Nacional. Questionado sobre a solução, o Jornalistas Carlos Amorim disse que não tem, mas deixou uma pista muito importante: quanto mais o governo distribui renda mais a criminalidade cai.
Ora meus amigos! Não preciso de muito esforço mental para deduzir que o sistema capitalista é promotor da indústria do crime e da violência, na medida em que só 8 bilionário tem mais dinheiro do que 3 bilhões e 600 milhões de  pessoas no mundo.
 Aqui no país só seis brasileiros acumulam a mesma riqueza que 50% da população mais pobre do país, ou seja, tem mais dinheiro do que 100 milhões de brasileiros, segundo a ONG Oxfam. Na contramão do enfrentamento à desigualdade, o Brasil não tem combatido problemas como o sistema tributário injusto e o desvio de grande parte do fundo público para pagamento de juros. Para piorar, medidas anunciadas por Michel Temer devem retirar direitos, achatar salários e manter privilégios, ampliando a diferença que separa poucos ricos dos muitos pobres e, com certeza, tudo isso aumentará a violência.
A última medida de improviso de Temer foi delegar às forças armadas a tarefa de se meter no problema carcerário do país.  Para o advogado e colunista da ConJur, Aury Lopes Jr., a medida do governo é “uma tentativa desesperada de resolver um problema bem mais complexo” e representa um desvio das finalidades constitucionais das Forças Armadas. 
Os especialistas concordam que além disso, tal medida não terá grande impacto na superação da crise carcerária pela qual o país passa.


E concluo com a frase professor Altair Freitas: “É triste o papel reservado às Forças Armadas do Brasil pelo presidente golpista: faxineira de cadeia. Pelo amor de Deus! Uma vergonha completa, que só acentua a desmoralização do país, das instituições e expõe a falência completa da política de segurança pública”. E com isso, Temer faz uma merda atrás da outra. FORA TEMER!

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