Na noite desta quinta-feira (7), o presidente estadunidense Donald Trump declarou, em Washington, que havia ordenado um ataque militar contra o exército sírio, violando acordos, convenções e conversações realizados nos últimos meses em relação à Síria.
Instante em que se inicia o ataque americano contra a Síria, a partir de um vaso de guerra no Mediterrâneo
Como em diversas outras ocasiões na História, a administração americana usou de um pretexto torpe para dar início a um ataque militar, desta vez contra a Síria, país que está sendo devastado por terroristas há sete anos. O pretexto foi o suposto ataque sírio com armas químicas na região de Idlib na terça-feira. Algo negado de forma categórica pelo governo local.
O ataque foi realizado contra a base aérea síria de Homs, com cinco dezenas de mísseis Tomahawk. O governo da Rússia já havia advertido que o ataque com armas químicas provavelmente era obra de terroristas do grupo Estado Islâmico, que desde março de 2011 fustiga o país. O grupo, como já foi provado por organizações internacionais, é financiado e armado por potências locais, como a ditadura da Arábia Saudita e a do Catar. Países ocidentais, como os Estados Unidos, também apoiam com armas e munição os grupos terroristas.
No pronunciamento, Trump disse ter ordenado o ataque e que, apesar de não haver prova alguma de que o governo sírio tenha utilizado armas químicas, "não pode haver dúvida de que a Síria usou armas químicas proibidas, violou suas obrigações sob a convenção de armas químicas e ignorou os alertas do Conselho de Segurança da ONU."
O alvo, a base aérea de Shayrat, na província de Homs, foi escolhido pelos Estados Unidos porque é a sede de uma das maiores instalações militares do país, com o pretexto de que "de lá teria partido o suposto bombardeio com armas químicas".
O ataque representa uma ruptura significativa com a postura da daministração anterior, que relutava em entrar, de fato, militarmente na guerra síria, ao mesmo tempo que desvia o foco da campanha militar contra o Estado Islâmico.
A Rússia vai exigir a convocação de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir o ataque balístico dos EUA, disse na madrugada desta sexta-feira o chefe do Conselho da Federação Russa, Victor Ózerov, à agência Sputnik.
O governador da província síria de Homs, Talal Barazi, disse que a base aérea que foi alvo dos mísseis americanos era usada para apoiar as operações do exército sírio contra o Estado Islâmico. Segundo ele, que este passo só ajudou os terroristas.
"A liderança síria e a política síria não vai mudar. Este golpe não foi o primeiro e, penso eu, não será o último", disse ele em uma entrevista por telefone para a televisão nacional síria.
Do Portal Vermelho, com agências
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