Por Dedé Rodrigues
INTRODUÇÃO
A Política é uma Ciência e, como tal, só compreenderemos ela
profundamente se a estudarmos para
superarmos o senso comum e atingirmos o conhecimento científico e filosófico. Para
votar corretamente nas eleições precisamos investigar as ideologias e programas partidários, os
grupos políticos e quem os apoiam, os partidos que encabeçam as chapas, a
história de cada candidato e os projetos das coligações que se estabelecem para
as disputas nas eleições. Nessas eleições de 2020 em Tabira vamos analisar
nesse artigo a essência do que é velho e do que é novo, levando em conta que não
se trata de idade, mas de partidos e projetos que os candidatos apresentam para
a conquista do voto do eleitorado. As
questões que analisaremos nesse artigo para elevar o nível dos debates dessas
eleições serão: o que é velho e o que é novo nessas eleições? Quais são os grupos
políticos e os partidos por trás de cada coligação? Quais são os interesses que
estão em jogo nessas eleições? Qual é o conteúdo dos dois projetos que disputam
o eleitorado de Tabira em 2020?
INTRODUÇÃO
A Política é uma Ciência e, como tal, só compreenderemos ela
profundamente se a estudarmos para
superarmos o senso comum e atingirmos o conhecimento científico e filosófico. Para
votar corretamente nas eleições precisamos investigar as ideologias e programas partidários, os
grupos políticos e quem os apoiam, os partidos que encabeçam as chapas, a
história de cada candidato e os projetos das coligações que se estabelecem para
as disputas nas eleições. Nessas eleições de 2020 em Tabira vamos analisar
nesse artigo a essência do que é velho e do que é novo, levando em conta que
não se trata de idade, mas de partidos e projetos que os candidatos apresentam
para a conquista do voto do eleitorado.
As questões que analisaremos nesse artigo para elevar o nível dos
debates dessas eleições serão: o que é velho e o que é novo nessas eleições?
Quais são os grupos políticos e os partidos por trás de cada coligação? Quais
são os interesses que estão em jogo? Qual é o conteúdo dos dois projetos que
disputam o eleitorado de Tabira em 2020?
Qual deve ser o papel do Estado na construção do futuro de Tabira?
A ESSÊNCIA DO VELHO E DO NOVO
I PARTE
Em Tabira duas coligações se apresentam ao povo nestas
eleições. A primeira é a do grupo que atualmente está no poder, com o slogam: “Pelo
Povo Vem o Novo”, encabeçada por Flávio Marques do PT (Partido dos Trabalhadores)
numa coligação que contempla 14 partidos, entre eles, do PSB (Partido
Socialista Brasileiro) de Paulo Câmara e Zé de Bira, da Rede de Zezinho e do PC do B (Partido Comunista do Brasil), da vice
governadora Luciana Santos, além de lideranças importantes de Tabira, como o prefeito, Sebastião Dias e o ex: prefeito Josete
Amaral, dos Empresários Paulo Manu e Ricardo de Zeza, entre outras.
A outra chapa “Unidos por uma Tabira melhor”, é encabeçada pela
esposa do ex: prefeito Dinca Brandino do MDB (Movimento Demorático Brasileiro) Nicinha,
que tem o apoio de empresários, como Zé da Sulanca, entre outros e agregou
recentemente o PSC (Partido Social Cristão) de Nely Sampaio e do ex: Prefeito
Mano, o ex: vice-prefeito Zé Amaral, entre
outras lideranças.
Para aprofundar a análise da questão
do velho contra o novo precisamos da dialética. Segundo Nassif (2013), tratando
sobre o conhecimento ele utiliza uma citação de Mao Tse Tung em seu texto sobre
a contradição:
“(…)Frequentemente
falamos da “substituição do velho pelo novo”. Tal é a lei geral e imprescritível
do Universo. A transformação dum fenómeno noutro, por saltos cujas formas variam
segundo o carácter do próprio fenómeno e segundo as condições em que ele se
encontra, eis o processo de substituição do velho pelo novo. Seja em que
fenómeno for, há sempre uma contradição entre o velho e o novo, o que determina
uma série de lutas de curso sinuoso. Dessas lutas resulta que o novo cresce e
eleva-se à posição dominante, enquanto que o velho, pelo contrário, decresce e
acaba por morrer.” (NASSIF, apud, TUNG, 1937).
A citação acima, trazendo para
a disputa política em 2020, não pode ser
compreendida como uma fórmula mecânica, retilínea, mas de forma dinâmica e
dialética que ocorre na disputa entre o velho e o novo, ora um se sobrepondo ao
outro, embora, no geral, a tendência
evolutiva desse processo, é com o novo
se sobrepondo ao velho, mas na síntese dos fenômenos, o velho vai continuar resistindo,
como uma parte do novo, para não desaparecer.
Em uma citação recente do
Presidente da Fundação Maurício Grabóis, Renato Rabelo, (2020), resume a
conjuntura dessas eleições entre o velho e novo assim:
A alternativa das forças de oposição mais
consequentes e progressistas está hoje no confronto com a ordem dominante,
galvanizada por forças de extrema direita, conservadoras e fascistizantes.
(RABELO, 2020, p.3).
Em
Tabira teríamos também essa situação descrita por Rabelo? Sabemos que as
eleições municipais tem características próprias, embora não estejam descoladas
do país. Muitas vezes se unem pessoas que votam diferente na esfera estadual e
federal, mas no município, por diversas razões, se juntam. Isso faz parte da nossa
realidade também. Mas essa não é a questão essencial, pois o que interessa mais
em uma coligação são os grupos que apoiam e os que encabeçam as chapas.
Em matéria escrita no Blog do Dincão (2020), depois da
convenção, ele descreveu os seus principais apoios: o Senador Fernando Coelho, Deputado Federal Fernando
Filho, Deputado Federal Fernando Monteiro, Deputado Federal Jarbas Vasconcelos,
Deputado estadual Clodoaldo Magalhães e, segue a matéria citando outras
lideranças. Vale destacar que o partido de Dinca, Nicinha do MDB, legenda de
número 15, é o mesmo do ex: presidente Michel Temer, que assumiu depois da
queda de Dilma Rousseff, dando início a temporada de reformas neoliberais, a
Trabalhista, a Terceirização em todos os ramos da produção, a Reforma do Ensino
Médio, a Emenda 95 etc. Para o MDB, a
direita e a elite que pertence ao capital financeiro nacional e internacional,
essas reformas pós-Dilma iriam fazer crescer a economia e geraria mais empregos
no país. Isso ocorreu no país?
A
chapa encabeçada por Flávio Marques, PT, na introdução do seu programa
descreve:
O Brasil e o povo brasileiro vivem tempos difíceis. A
imensa crise social, fiscal e econômica foi agravada pela pandemia da COVID-19.
A retirada de direitos, o desmonte das políticas públicas, o ataque ao patrimônio
público e a total ausência de programas de desenvolvimento, faz com que a queda
de arrecadação e o aumento da demanda por serviços públicos cresça cada vez
mais nos municípios brasileiros. Portanto, é fundamental assumir o compromisso
de governar, com visão inovadora, pautada na gestão ética, transparente e
democrática, com ampla participação popular, priorizando e cuidando dos que
mais precisam. (MARQUES, 2020, P.1).
Pelo recorte acima observa-se no
programa de Flávio uma postura crítica sobre a conjuntura e as reformas que
ocorreram no país prejudicando a economia, o patrimônio público, a arrecadação
e a situação geral dos municípios brasileiros, incluindo Tabira. Isso se confirma porque o partido de Flávio, o
PT é o mesmo do presidente Lula, do deputado Federal Carlos Véras, entre outras
lideranças e partidos importantes que
governaram este país e aqui em Tabira formou uma ampla coligação que elaborou
um projeto de mudança que sinaliza o rompimento com o autoritarismo e com
ultraliberalismo bolsonarista.
Por outro lado no programa
divulgado por Dinca (Nicinha) não tem introdução, nem muito menos uma uma
análise crítica sobre a crise geral que passa o país, que já está afetando
Tabira também. Porém, pelos apoios que recebe o MDB local, percebe-se uma aliança entre a tropa de
choque de Bolsonaro em Pernambuco e a encabeçadora da chapa local, Nicinha de Dinca, o que demonstra o
apoio das principais lideranças do grupo local ao ultraliberalismo
bolsonarista, pois há uma grande contradição naqueles que afirmam que são
contra Bolsonaro, mas apoiam para Câmara e para o Senado Federal os FERNANDOS,
aqueles que lhes dão sustentação.
RESUMO DA APRESENTAÇÃO DOS DOIS PROJETOS DE FLÁVIO E NICINHA
(DINCA)
II PARTE
Todo candidato ou coligação
apresenta as suas intenções à população no projeto de governo. Na apresentação
se aborda a conjuntura e as intenções gerais do candidato ou da coligação para
que o povo conheça melhor as suas intenções. Em Tabira, segundo os programas de
Flavio e Nicnha de Dinca que conseguimos acessar no TRE, Tribunal Regional
Eleitoral, só um deles tem uma apresentação introdutória, que é o de Flávio
Marques. O programa de Nicinha não tem apresentação e já entra direto em propostas para área rural.
No caso da apresentação do
programa da coligação de Flávio Marques uma redação chamou a nossa atenção
quando diz:
Nossa
administração terá prioridades comprometidas com o bem-estar da população,
privilegiando os investimentos sociais nas áreas de educação, saúde, assistência,
saneamento básico, habitação, meio ambiente, cultura, agricultura, segurança,
turismo e esporte. Promovendo o desenvolvimento local de forma articulada com
todos os segmentos sociais e esferas de poder.
(MARQUES,
2020, p.2).
Com base na redação percebe-se
a intenção da coligação de governar levando em conta diversas áreas sociais,
mas de forma articulada com todos os segmentos da sociedade, o que é um avanço
democrático importante. O programa fala ainda que a futura gestão estará aberta
ao diálogo e à participação popular, pois as próprias ideias elaboradas foram
produto do acúmulo da experiência do PT nos governos, mas tem também ideias de
muitos companheiros que têm experiência de gestões no município, como foi o
caso das propostas apresentadas pelo PC do B.
O QUE PENSAM AS COLIGAÇÕES EM
TABIRA SOBRE A CONJUNTURA EM 2020?
III PARTE
A análise de conjuntura, ou
seja, da situação vigente, mundial,
nacional, estadual e municipal, é uma exigência para todo partido ou coligação
partidária que queira compreender a
situação particular e geral e planejar
melhor os projetos e os recursos que serão utilizados no município, no Estado e
no país durante os quatros anos da gestão. Essa exigência decorre de uma das
leis da dialética, na qual a parte está ligada ao todo e, como diz o poeta Rodrigues,
(2018) em um verso sobre dialética, “A
parte está ligada ao todo e, por haver ligação, quem fica preso a parte não
aprendeu a lição”. O PC do B no país tornou-se um especialista em análise de
conjuntura.
O programa acessado da
Coligação encabeçada pelo MDB de Dinca Brandino não publicou análise de
conjuntura, porém a coligação de Flávio Marques, logo no início dela, tem a
seguinte redação:
A campanha eleitoral municipal em 2020 será realizada
em uma conjuntura na qual os danos da política ultraliberal desenvolvida no
país desde 2016 vêm provocando desmontes e retrocessos nas políticas sociais,
nos direitos previdenciários e trabalhistas, privatizações e cortes provocados
pela Emenda Constitucional 95/2016, mais conhecida como a PEC da Morte, que
reduziu gastos em áreas essenciais e congelou os gastos públicos por nada menos
que 20 anos. (MARQUES, 2020, P. 3).
É preciso recordar que 2016 foi o
ano que a ex: Presidenta Dilma Rousseff foi traída pelo Vice -Presidente Michel
Temer, MDB, (15) e sofreu, o que muitos
analistas chamam, de “golpe de novo tipo”, disfarçado de impeachment, para
rouperem com circulo virtuoso do período Lula – Dilma e implantarem as
políticas neoliberais ou ultraliberais que tanto danos causaram a nação até a
presente data.
Em seguida a coligação “Pelo novo vem o novo”,
escreve que “O Brasil vive uma crise sem precedentes na história. Esta crise –
sanitária, social, econômica, política, ambiental e cultural – está entrelaçada
a uma crise mundial, gera insegurança, medo, descrença e pessimismo na
sociedade. Em seguida diz também que “Após anos de estabilidade democrática, em
um curto período da história brasileira, inúmeros direitos foram cassados,
violados e massacrados, com diversos casos de violência incentivados pelo
discurso de ódio. O país andou para trás na renda do povo, na saúde, na
educação, na defesa do meio ambiente e na liberdade.
Para enfrentar os desafios locais
a coligação de Flávio Marques, (2020) destaca que a proposta que apresenta ao
povo é progressista, democrática e popular na busca da cidadania. E defende
ainda “o caráter público do SUS; a educação
pública, gratuita, de qualidade, laica e livre de censuras; as políticas
sociais como instrumentos de combate à miséria, à pobreza e à desigualdade; o
Estado como promotor das igualdades de gênero, etnia, etária e orientação
sexual; a transparência na gestão pública; a participação política como
elemento de decisão pública, dentre outros.
Na
conclusão a coligação “Pelo povo vem o novo” escreveu o orgulho que tem dos
governos Lula e Dilma, por uma série de conquistas que estão presentes no município, tais
como:
elevação do salário mínimo, o programa Bolsa Família,
o Luz para Todos, o Minha Casa, Minha Vida, o Programa de Cisternas brasileiro
– reconhecido pela ONU como uma das melhores políticas públicas do mundo. O
programa Brasil sem Miséria, o de Acesso ao Ensino Técnico e emprego
(PRONATEC), o da Universidade para todos (PROUNI), a criação da Farmácia
Popular, o Piso
Nacional de Educação, o combate ao trabalho escravo, a
implementação do programa Mais Médicos, o apoio à agricultura familiar, entre
outros. (MARQUES, 2020, P. 3).
O PC do B de Tabira compreende
que as medidas citadas acima foram resultados de uma ampla frente de partidos e de lideranças
importantes do país que levaram Lula e Dilma ao poder, manterem a
governabilidade por 13 anos e aprovarem no Congresso Nacional, em cada
conjuntura específica, com base na correlação de forças de cada momento, esses
projetos importantes para o município e para o país.
O
QUE PENSAM AS COLIGAÇÕES DE NICINHA DE DINCA E FLÁVIO SOBRE O DESENVOLVIMENTO
DE TABIRA?
IV
PARTE
Pensar
o desenvolvimento do município de Tabira requer expor na introdução algumas diretrizes
e características dele. Não encontramos uma introdução com diretrizes desse
desenvolvimento no programa de Nicinha de Dinca Brandino, “Unidos por uma
Tabira melhor”, porém no programa de Flávio Marques, “Pelo povo vem o Novo”,
este desenvolvimento precisa ser sustentável e solidário e é introduzido
assim:
Nosso
governo cumprirá o papel de ser o motor do desenvolvimento local, mesmo nas
circunstâncias desfavoráveis provocadas pela crise econômica e pelas medidas
neoliberais adotadas pelo governo federal. Nosso foco será a necessidade de
gerar emprego e renda para a população afetada pela crise, que sofre ainda mais
com a pandemia do COVID-19. (MARQUES, 2020, P. 4).
O programa de Flávio Marques
apresenta algumas estratégias,
diretrizes e propostas para esse desenvolvimento. No caso da estratégia de desenvolvimento para Tabira, Marques
(2020), destaca a necessidade de buscar
e promover o crescimento dos setores econômicos, inclusive aqueles
baseados na economia solidária, com o objetivo de gerar empregos e renda; tendo
também como perspectiva incentivar a transição ecológica. O programa ainda
destaca entre parêntese que (Vale lembrar, a transição ecológica é uma
estratégia para alcançar uma nova forma de produção com baixo impacto ambiental
e alto valor agregado, valendo-se, para isso, de tecnologias modernas,
flexíveis e inteligentes, assegurando a saúde do planeta, superando a crise
climática e protegendo os biomas).
Setor
industrial: Nos últimos anos nossa cidade vem desenvolvendo um setor industrial
diversificado, com mais de 38 empresas de vários segmentos econômicos (químico,
alimentício, metalúrgico, vestuário, entre outros). Portanto é necessário
desenvolver uma política de apoio ao desenvolvimento industrial, fortalecendo
as indústrias já existentes, bem como atrair novos empreendimentos industriais
e seus fornecedores para se instalar na cidade.
Apoiar o
comércio local e estimular a vinda de novos empreendimentos comerciais e de
serviços inexistentes, evitando que a população se desloque para outras
cidades.
Estruturar uma rede de empreendimentos da economia solidária (cooperativas,
associações de produção rural e urbanas) que são geradores de emprego e renda.
Apoiar e desenvolver as vocações econômicas tais
como turismo, cultura, gastronomia, entre outras. (MARQUES, 2020, P.4).
Na
introdução da Infraestrutura para o Desenvolvimento, o programa de Flávio
(idem), destaca ainda que:
A decisão de uma empresa se instalar num município
depende também da qualidade da infraestrutura, ou seja, da existência de
energia, água, Internet, entre outros fatores. Assim, a estratégia de
desenvolvimento discutida com o CDE-TABIRA apontará quais serão os
investimentos necessários para dar consequência às iniciativas de atração de
novas empresas. (MARQUES, 2020, P.4)
Para
o desenvolvimento industrial o programa de Flávio propõe dar apoio às Empresas
e à Economia Popular da seguinte maneira:
¶ Disseminar informação qualificada sobre como acessar
crédito facilitado, como modernizar as empresas, entre outras; constituindo ou
fortalecendo redes com as entidades do sistema S (SEBRAE, SESC, SENAI, ETC.) e
as Universidades.
¶ Incentivar o associativismo e outras formas de
organização da produção.
¶ Articular iniciativas que facilite o acesso ao crédito
para financiamento dos empreendimentos econômicos.
¶ Apoiar a agricultura familiar garantindo iniciativas
que facilite a produção, beneficiamento e comercialização dos produtos oriundos
deste seguimento tais como:
•
Instituir programa para aumentar o valor agregado da produção.
•
Ampliar os espaços e as condições de oferta dos produtos oriundos da
agricultura familiar e agroextrativistas, inclusive ampliando a cobertura das
feiras de bairro.
•
Incentivar os sistemas agroecológicos de produção, com melhor utilização dos
recursos naturais e redução do uso de agrotóxicos.
¶ Compras públicas – tratamento preferencial às micro e
pequenas empresas e às iniciativas de economia solidária locais, a exemplo da
aquisição de produtos da agricultura familiar para a merenda escolar. (MARQUES,
2020, P. 4).
Essa introdução estratégica para
o desenvolvimento de Tabira é
importante, mesmo que alguns pontos desses apareçam nos dois programas em
algumas áreas específicas, as diretrizes tornam-se o norte do desenvolvimento
local. Diretrizes, podem ainda ser entendidas como: orientações, guias, rumos. São linhas que definem e regulam um
traçado ou um caminho a seguir. Diretrizes são normas, instruções ou
indicações para se estabelecer um plano, uma ação [...] Google, 2014.
A ESSÊNCIA DO NOVO NA POLÍTICA DE TABIRA ESTÁ NO PROJETO DE
GOVERNO
V PARTE
Em linhas gerais os programas de Flávio e de Nicinha de Dinca
têm uma série de projetos em todas as áreas, cujas diferenças estão mais na
forma do que no conteúdo. Porém o diferencial está em alguns pontos defendidos
por Flávio Marques que confirmam o caráter mais avançado, democrático e popular
do projeto dele para Tabira.
Os avanços do programa de Flávio em relação ao de Nicinha de Dinca,
para um leitor mais atento, são detectados logo na apresentação, quando
afirma-se que o programa é o resultado de experiências petistas em gestões, mas
também da consulta a várias lideranças experientes locais.
A análise de conjuntura, com críticas contundentes as reformas
neoliberais iniciadas por Michel Temer do MDB – 15 e dado sequência por Bolsonaro,
com a reforma da previdência que, pelas exigências de tempo de contribuição e
aumento da idade, praticamente tira a
oportunidade de muitos brasileiros se aposentarem. Quando associada a Emenda
95, que limita os gastos nas áreas sociais, praticamente impede que os
municípios pobres, como o nosso, possa sonhar mais alto em melhorar a saúde e a
educação.
A luta pelo caráter público do SUS ( Sistema Único de Saúde) é
outro avanço do programa de Flávio em relação ao de Nicinha de Dinca, já que o
lado privatista do MDB, Centrão e Bolsonaro planejam destruir essa grande
conquista do povo brasileiro, pois o presidente assinou nesta
terça-feira (27) o Decreto 10.530 que insere as UBSs (Unidades Básicas de
Saúde) no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), cuja publicação, resultou em uma
reação dos partidos de esquerda, em especial do PC do B, fazendo o presidente
revogar o próprio decreto dele. Mas infelizmente ele continua falando em
reeditar o decreto. Há diversos outros avanços do programa de Flávio em relação
ao de Nicinha de Dinca que não vai dar para citar nesse artigo para ele não
ficar ainda maior.
O QUE PENSAM AS COLIGAÇÕES DE FLÁVIO MARQUES E A DE NICINHA DE
DINCA SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO EM TABIRA?
VI PARTE
Uma das grandes bandeiras da esquerda brasileira, em especial
do PC do B e do PT, é a implantação do Orçamento Participativo em
cada município que governa. Essa medida é muito importante para democratizar o
uso dos recursos públicos, já que é o povo que decide onde se gastar o dinheiro
dos seus impostos, ou seja, das verbas disponíveis para isso na
Prefeitura. Em Tabira o PC do B defende
essa ideia há mais de duas décadas. Na
verdade essa ideia já foi implantada no último governo de Dinca Brandino,
quando o PC do B ocupava a vice prefeitura, mas logo foi desativada pelo mesmo
chefe do Executivo na época.
Na
disputa de 2020 em Tabira o programa de Dinca Brandino (Nicinha), Unidos por uma Tabira melhor, trata da
questão, mas de forma muito resumida, ou seja, só dois setores da prefeitura
apresentam propostas específicas. Na página 2 escreveu-se: Orçamento participativo do campo, com uma
diretoria para gerir o PAA, PNAE, Feira Comunitária. E na página 4: Realização de
audiências públicas para elaboração do orçamento participativo da Educação.
No programa de Flávio Marques a
redação é a seguinte na página 20:
Participação Cidadã na
destinação dos recursos públicos:
O Orçamento Participativo (OP) será
o carro-chefe da participação cidadã. Nessa conjuntura de crise econômica o
Orçamento Participativo será ainda mais importante, pois permitirá que o
governo identifique com clareza as prioridades para aplicar os escassos
recursos de forma mais sintonizada com as necessidades da população. Em 2021, o
Plano Plurianual, que define as prioridades para os 4 anos de governo, será
elaborado de forma participativa. Essas prioridades orientarão as futuras
discussões do OP. Será constituído o Conselho do OP, com representantes
eleitos, responsável por fazer o acompanhamento da execução das demandas
incorporadas ao Orçamento de cada ano. (MARQUES, 2020, P.20).
Observa-se
no Programa de Flávio que o Orçamento Participativo é geral, com a discussão no
Plano Plurianual e a criação de um conselho com representantes eleitos para
acompanhar as demandas de cada ano e não para priorizar dois setores em
detrimento de outros, como é o caso do programa de Nicinha de Dinca. Claro, que
os setores mais organizados terão uma participação mais efetiva nas discussões,
mas o orçamento é de todos os setores do município e as prioridades devem ser
escolhidas por todos de acordo com as necessidades também. Isso é visão
coletiva e não corporativista. Isso é a
semente do bem comum na política que deve ser plantada e irrigada em Tabira
para dar bons frutos.
ALGUNS DESAFIOS DO PRÓXIMO GESTOR PARA CONSTRUIR O FUTURO DE
TABIRA
VII PARTE
Os
projetos para construir o futuro de Tabira, apesar dos sonhos contemplados nos
planos de governos em cada eleição e da importância do governante local, dos
avanços constatados até agora, não depende só da intenção de cada candidato,
ou mesmo do gestor de plantão, pois Tabira não é uma ilha isolada do país e
depende fundamentalmente do FPM (Fundo de Participação do Município), bem como,
do desenvolvimento político, econômico e social de todo o país.
Segundo
o programa da candidata que desistiu Nelly, 2020, A Tabira do Futuro, a“Terra das
Tradições” é o quarto município mais populoso do Sertão do Pajeú pernambucano”.
Na introdução do programa dela, afirma-se que, Segundo dados do IBGE de 2018,
apenas 7,9% do tabirenses estavam empregados e, com base nesses números, ela
critica a falta de políticas públicas para essa questão. Porém, com base nessa
mesma fonte, comparando a outros municípios, o salário médio mensal dm
Tabira é de 1, 7 salários mínimos e,
Tabira é o 5º melhor, dos 17 municípios
do Pajeú, nesse item e o 6º mais importante na economia da região do Pajeú.
Sobre
a educação, Nelly, (2020) ainda escreveu:
Tabira conta com 21 estabelecimentos
de ensino fundamental, de acordo com dados de 2018. 97,2% dos tabirenses, dos 6
aos 14 anos, frequentam a escola, segundo o IBGE. A educação é a chave para
todas as conquistas de uma sociedade. 97,2% dos tabirenses, dos 6 aos 14 anos,
frequentam a escola, segundo o IBGE. (NELLY e HELENA, 2020, P. 2).
Além
do reconhecimento desses avanços na educação, na sequência Nelly, (idem) cita
também outro avanço importante para os tabirenses no governo Sebastião Dias
quando afirma que, “Felizmente, a taxa
de mortalidade infantil no município vem caindo consideravelmente”.
Esses
dados, com críticas e propostas, levantados por Nelly, (2020), com base em
dados do IBGE, 2010 e 2018, sobre
Tabira nos remete a tirar algumas conclusões: Tabira é um município importante
no Pajeú e tem melhorado o seu desenvolvimento
na educação, na economia, na saúde, no esgotamento sanitário, nos salários etc.
Mas, ainda tem muitos desafios que o
próximo governante vai ter que enfrentar, como por exemplo, a geração de
emprego e renda, em especial no pós pandemia. Mas será que Tabira só precisa de
um gestor competente? Qual é a relação do neoliberalismo com a situação atual
de Tabira? Tabira também precisa de um governante desenvolvimentista? Quem, dos
candidatos que disputam as eleições em 2020,
pode enfrentar melhor os inúmeros problemas e desafios que já se fazem
presentes em Tabira? Em breve
responderemos a essas questões.
OS
GRANDES SONHOS E PROJETOS PENSADOS PARA O FUTURO DE TABIRA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto torna-se
claro que o candidato que aponta para um futuro melhor em Tabira é o
desenvolvimentista Flávio Marques do PT (13). Com um alinhamento político
federal, com Lula e Carlos Veras e estadual, com o Governador Paulo Câmara,
Tabira tende a realizar boa parte dos melhores sonhos, retratados nos projetos
citados anteriormente. Só com um Estado forte, nos livrando de Bolsonaro,
poderemos ter os recursos para realizar tantos projetos importantes, como esses
citados, e desenvolver Tabira, como na Era Lula e Dilma.
Os projetos apresentados pelos
candidatos para Tabira são importantes, por que tornam-se um norte
administrativo. Mas o projeto de Flávio (13) supera o de Nicinha (15) em muitos
aspectos, tais como: mais democratização
da gestão e transparência na utilização das verbas públicas e, avança mais, em
praticamente todos os setores da administração pública em Tabira. Porém, é
ilusão pensar em desenvolver Tabira, como pensam os que apoiam Nicinha, sem
combater as reformas neoliberais do MDB (15) e o governo Bolsonaro, que flerta diariamente com
o autoritarismo, ataca a nossa democracia e planeja a entrega do país ao capital financeiro. Nesse
aspecto Flávio está no lugar certo, do lado certo e na eleição certa. O sonho
de uma Tabira melhor pode virar realidade, só depende do povo livre e consciente
de Tabira.
BIBLIOGRAFIA
BRANDINO, Dinca, Por uma Tabira melhor, 2020
MARQUES, Flávio, Pelo povo vem o novo, 2020
NASSIF, Luis, Sobre
contradição e sobre a negação da negação, GGN, O Jornal de todos os brasis,
2013
0 comentários :
Postar um comentário