Segundo a Pnad
Contínua do IBGE, a taxa de desocupação ficou em 14,3% no trimestre encerrado
em outubro, um crescimento de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre
anterior.
Publicado 29/12/2020 18:24
O número de pessoas
desempregadas chegou a 14,1 milhões no trimestre encerrado em outubro. É um
aumento de 7,1% em relação ao trimestre terminado em julho, o que representa
931 mil pessoas a mais à procura de emprego no país. Com isso, a taxa de
desocupação ficou em 14,3%, um crescimento de 0,5 ponto percentual (p.p) em
relação ao trimestre anterior. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (29) pelo IBGE.
Além do aumento no
número de pessoas à procura de emprego, houve alta de 2,8% na população
ocupada, que chegou a 84,3 milhões de pessoas. “Esse cenário pode estar
relacionado a uma recomposição, ao retorno das pessoas que estavam em
afastamento. Nesse trimestre percebemos uma redução da população fora da força
de trabalho e isso pode ter refletido no aumento de pessoas sendo absorvidas
pelo mercado de trabalho e também no crescimento da procura por trabalho”,
explica a analista da pesquisa Adriana Beringuy.
“Ao longo do ano,
acompanhamos a expansão da população fora da força de trabalho, de pessoas se
retirando do mercado de trabalho, e nesse momento percebemos o retorno de
parcela desses trabalhadores”, completa.
Apesar do aumento
no número de pessoas ocupadas frente ao trimestre anterior, ainda há queda na
ocupação e aumento na população fora da força quando a comparação é feita com o
mesmo período de 2019.
“Se compararmos com
o mesmo trimestre do ano anterior, temos uma população ocupada que é menor em
quase 10 milhões de pessoas e um aumento de 12 milhões na população fora da
força. Então esse pode ser um início de uma recomposição, mas as perdas
acumuladas na ocupação durante o ano ainda são muito significativas”, afirma.
A analista
acrescenta que a maior parte do aumento no número de ocupados veio do trabalho
informal, que soma os profissionais sem carteira assinada (empregados do setor
privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores e por conta
própria) ou sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família).
O número de
empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou 9% em relação ao
trimestre anterior e chegou a 9,5 milhões. Já o contingente dos trabalhadores
por conta própria sem CNPJ cresceu em 918 mil no trimestre encerrado em
outubro. “Esses dois contingentes são importantes no trabalho informal. Dessa
expansão da população ocupada de 2,3 milhões no total, 89% são de trabalhadores
informais. Isso mostra que essa retomada da ocupação está sendo puxada pelo
trabalhador informal, principalmente o trabalhador sem carteira do setor
privado e o conta própria sem CNPJ”, diz.
Com isso, a taxa de
informalidade chegou a 38,8% da população ocupada, o que representa 32,7
milhões de trabalhadores informais no país. No trimestre anterior, essa taxa
foi de 37,4%. Já o nível da ocupação ficou em 48%, ou seja, apesar do aumento
de 0,9 p.p frente ao trimestre anterior (47,1%), menos da metade da população
em idade para trabalhar está ocupada.
A pesquisa também
aponta estabilidade do rendimento médio real habitual (R$ 2.529) e da massa de
rendimento real (R$ 207,9 bilhões) frente ao trimestre anterior.
Ocupação cresce na
agricultura, indústria, construção e comércio
O crescimento na
ocupação atingiu quatro dos dez grupos de atividades observados na pesquisa:
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,8%),
Indústria (3,0%), Construção (10,7%) e Comércio e reparação de veículos
automotores (4,4%). Nos demais, o cenário foi de estabilidade.
Já em relação ao
mesmo trimestre de 2019, a ocupação recuou em oito dos dez grupamentos:
Indústria (-10,6%), Construção (-13,7%), Comércio, reparação de veículos
automotores e motocicletas (-11,2%), Transporte, armazenagem e correio
(-13,4%), Alojamento e alimentação (-28,5%), Informação, Comunicação e
Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (-4,0%),
Outros serviços (-20,4%) e Serviços domésticos (-25,4%). Houve estabilidade na
ocupação da agricultura e da administração pública nessa comparação.
Força de trabalho
potencial e desalento
A força de trabalho
potencial, que inclui pessoas que não estavam nem ocupadas nem desocupadas, mas
que possuíam potencial para se transformarem em força de trabalho, caiu 14% (ou
2 milhões de pessoas). Já em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, houve
aumento de 54,9% (4,3 milhões de pessoas).
Os desalentados,
que são um subgrupo de pessoas da força de trabalho potencial, foram estimados
em 5,8 milhões, ficando estável em relação ao último trimestre. No entanto, ao
ser comparado com o mesmo trimestre do ano anterior, o aumento é de 25%.
Fonte: Rádio Peão
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