“Nenhum país do 3º
Mundo dispõe de vacina em fase de teste clínico contra a Covid-19, exceto
Cuba”, afirmou o presidente Díaz-Canel
Publicado 30/12/2020 08:57 | Editado 30/12/2020 08:58
Ao visitar o Instituto Finlay de Vacinas, o presidente Díaz-Canel
reafirmou que Cuba vai imunizar toda a população no 1º semestre de 2021
Mesmo sob o
criminoso bloqueio dos Estados Unidos, Venezuela e Cuba avançam na luta para
imunizar suas populações em meio à pandemia do novo coronavírus. Nesta
terça-feira (12), a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, assinou um
contrato de compra da Sputnik V, a vacina russa contra a covid-19. Em Cuba, o
presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez visitou pela terceira vez o Instituto
Finlay de Vacinas (IFV), que registra avanço na produção da vacina Soberana, em
suas variantes 01 e 02.
Os planos do
governo bolivariano da Venezuela é iniciar, em janeiro, uma primeira etapa de
imunização. “Firmamos um acordo para vacinar 10 milhões de pessoas e já estamos
nos programando para esta primeira fase”, disse Delcy Rodríguez. A assinatura
do contrato ocorreu em reunião entre a vice-presidente e o embaixador russo na
Venezuela, Serguéi Melik-Bagdasárov. Também participaram os ministros
venezuelanos da Saúde, Carlos Alvarado, e das Relações Exteriores, Jorge
Arreaza.
Segundo Delcy, a
Venezuela contribuiu para as pesquisas e para os testes da Sputnik V. O país
participa da fase 3 de ensaios clínicos do imunizante com 2 mil voluntários.
“Sabemos que a vacina russa é muito segura, é um passo firme, um passo adiante.
Já estamos preparados para vacinar a população o mais rápido possível”, disse.
Até o momento, a Venezuela tem 112.636 casos e já registrou 1.018 mortes por
Covid-19.
A vice-presidente
também destacou a parceria entre Caracas e Moscou – uma “uma aliança
estratégica do mais alto nível”, conforme suas palavras. “Nada foi capaz de
deter essa relação de irmandade e cooperação, nem os grosseiros ataques contra
a Venezuela.” Já o embaixador russo disse que seguirá “desenvolvendo essa
relação estratégica em todas as áreas em prol do futuro de nossos povos”.
Delcy destacou os
impactos negativos causados pelo bloqueio norte-americano contra a Venezuela,
como a falta de acesso ao fundo de vacinação da ONU (Organização das Nações
Unidas). “Isso é um direito do povo venezuelano durante uma situação
humanitária causada pela pandemia – e o povo da Venezuela tem recursos para
cobrir a aquisição dessas vacinas”, disse.
Vacinas Soberanas
Já em Cuba, sob a
liderança do Partido Comunista, a meta é vacinar a população contra o novo
coronavírus já no primeiro semestre de 2021. O presidente Díaz-Canel elogiou o
trabalho dos cientistas do Instituto Finlay de Vacinas (IFV), em sua maioria
mulheres, durante a sua nova visita à instituição.
“Nos cientistas do
Instituto Finlay de Vacinas (IFV) está a expressão do país. Vocês funcionaram
como uma família unida”, afirmou o presidente cubano. “Ao lutarem e resistirem
em meio à adversidade do ano que está terminando, vocês triunfaram. Vocês fazem
parte da grande família cubana, que resistiu criativamente apesar das
restrições.” Para Díaz-Canel, 2020 foi “o ano mais difícil em várias décadas
para Cuba e o mundo”.
Na luta pela
vacina, o líder cubano exaltou o fato de o país estar no mesmo patamar de
nações desenvolvidas. “Nenhum país do 3º Mundo dispõe de vacina em fase de
teste clínico contra a Covid-19, exceto Cuba, que, por sua vez, não fica atrás
do mundo nessas pesquisas. Isso mostra as capacidades que o país criou”,
declarou Díaz-Canel. “Pode haver capacidades em outros lugares, mas aqui tem
outras coisas são diferentes – o sentimento e o compromisso com o que se faz.”
De acordo com o
médico Vicente Vérez Bencomo, diretor geral do IFV e líder do projeto, as
Soberanas avançaram no teste clínico de forma importante – a Soberana 01 está
encerrando a Fase 1, enquanto a 02 entra na Fase 2. As duas mostraram ótimos
resultados em termos de segurança e resposta imunológica. A Soberana 02, em
especial, tem apresentado uma resposta imunitária precoce (aos 14 dias), o que
lhe permite passar para a Fase 2 do teste clínico mais rapidamente.
Ao dar mais
detalhes acerca do desenvolvimento da Soberana 02, Vérez Bencomo explicou que,
em janeiro, cerca de mil voluntários serão vacinados em suas diferentes
formulações. Posteriormente, após as devidas avaliações e autorizações,
entrarão na Fase 3, da qual participarão cerca de 150 mil pessoas em Havana.
Também avançam as negociações para o desenvolvimento da Fase 3 do teste clínico
da Soberana 02 em outros países, devido à baixa prevalência da Covid-19 na
população cubana.
O diretor-geral do
Instituto Finlay ratificou a capacidade do país de imunizar a população cubana
no primeiro semestre de 2021. Revendo a história do IFV e de outras
instituições científicas com a vacina Soberana, que começou a ser desenvolvida
em maio passado, o cientista disse: “É incrível o que conquistamos em sete
meses”.
Da Redação, com
informações do Opera Mundi e do Granma
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