Manifestações de
esquerda e de direita contra o governo abrem espaço para a formação de uma
“frente ampla” em defesa do impeachment do presidente
Publicado 27/01/2021 11:59 | Editado 27/01/2021 14:21
O cientista político Jorge Rubem Folena, membro do Instituto de
Advogados Brasileiros (IAB)
A insatisfação com
o governo do presidente Jair Bolsonaro começa a se generalizar por amplos
setores da sociedade. A omissão no combate à pandemia e o consequente
agravamento da crise econômica – com o aumento do desemprego e o avanço da
informalidade – têm levado a uma piora do ambiente de negócios, com o
fechamento de inúmeras empresas.
No último sábado
(23), movimentos sociais e partidos de esquerda fizeram carreatas por todo o
País em defesa do impeachment de Bolsonaro. No domingo (24), foi a vez de
grupos de direita se manifestarem pela saída do presidente. O “Fora, Bolsonaro”
cresce no Brasil.
Segundo o cientista
político e membro do Instituto de Advogados Brasileiros (IAB) Jorge Rubem
Folena, o empresariado começa a perceber que “não basta ter mão de ferro contra
os trabalhadores”. Em entrevista ao Jornal Brasil Atual nesta
quarta-feira (27), ele destaca que é preciso ter “um governo de verdade”, com
propostas para o desenvolvimento do País.
“Com o agravamento
da pandemia, as mortes são muito grandes, como nos Estados Unidos. Só que, por
aqui, o governo brasileiro não fez absolutamente nada. Ao não fazer nada, não
só prejudicou os trabalhadores como também os empresários”, afirma. “Não dá para
sustentar um governo dessa forma. Assim, as forças populares e setores
empresarias começam a se articular contra um governo no qual os militares se
vincularam”.
Folena destaca que
esse descontentamentos em comum abre espaço para a formação de uma “frente ampla”
entre esquerda e direita pelo fim do governo Bolsonaro. Um empecilho, segundo
ele, é a dificuldade de ocupar as ruas com manifestações contra o governo, em
função das restrições impostas pela pandemia. Além disso, o ódio incutido
contra a toda a esquerda nos últimos anos, em especial contra o PT, também é um
entrave para a articulação entre ambos os lados pelo impeachment de Bolsonaro.
Para o cientista
político, a “mobilização da sociedade civil” é mais determinante para o futuro
do governo Bolsonaro do que a própria eleição para a Mesa Diretora da Câmara
dos Deputados. É o presidente da Câmara, de qualquer maneira, que tem a
prerrogativa de decidir sobre a abertura do processo de impeachment contra o
presidente da República. Bolsonaro já soma contra o seu governo 63 pedidos de
afastamento.
“É a hora de
retomarmos as ruas. Não dá mais para continuar com Bolsonaro”, declara Folena.
“Pessoas estão morrendo por asfixia. A falta de oxigênio é agravada pela falta
de alimentação, falta de condições salariais – e faltam condições para os
empresários venderem seus produtos da indústria nacional. O País chegou a um
verdadeiro caos”.
Com informações da
RBA
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