Em setembro, reajuste salarial mediano foi de 8%, enquanto a inflação acumulada de 12 meses ficou em 10,4%
Publicado
22/10/2021 15:20 | Editado 22/10/2021 20:18
Em tempos de Jair Bolsonaro, estagflação e pandemia, os patrões têm se aproveitado da crise para arrochar salários e elevar suas margens de lucro à custa dos trabalhadores. Em setembro, segundo o boletim Salariômetro, dois terços dos reajustes salariais negociados em convenções e acordos coletivos ficaram abaixo da inflação.
O reajuste mediano foi de 8%. Já a
inflação acumulada de 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC), ficou em 10,4%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira
(22) pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
De acordo com o boletim, apenas 9,5%
das negociações trabalhistas resultaram em aumentos reais (acima da inflação do
período). Outras 23,5% tiveram ganhos iguais ao INPC – ou seja, apenas repuseram
a inflação.
Mesmo entre os três setores que
tiveram reajuste real – Gráficas e editoras, Artefatos de borracha e
Organizações Não Governamentais –, o aumento acima da inflação foi de apenas
0,1%. Em contrapartida, trabalhadores de dois setores ligados à Comunicação
registraram as perdas mais expressivas: Empresas jornalísticas (-9,2%) e
Publicidade e Propaganda (-7,4%).
Segundo o pesquisador – que coordena
o boletim da Fipe–, a inflação elevada neutraliza até reajustes salariais
maiores do que o de anos anteriores. Além disso, a “lei da oferta e da demanda”
ganha força: quando mais profissionais buscam emprego, piores são as condições
oferecidas também aos que já estão trabalhando. Meios tradicionais de
resistência, como a greve, se tornam mais difíceis e menos viáveis.
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