por Walter Félix
Publicado 26/01/2022 20:52 | Editado 26/01/2022 21:21
Dirigentes do PT, PSB, PCdoB e PV voltaram a se reunir nesta quarta-feira (26), para dar continuidade às negociações para a formação de uma federação partidária. O encontro avançou nas definições de como será o comando da federação que essas legendas pretendem formar, para atuar em conjunto pelos próximos quatro anos.
A direção da frente
deve ser composta por 50 integrantes. A ideia é que seja estabelecido um
colegiado em que cada partido tenha um número de representantes proporcional ao
número de votos de cada sigla na Câmara dos Deputados. Neste caso, o PT ficaria
com 27 cadeiras, o PSB, com 15, o PCdoB e o PV teriam, cada um, 4 vagas. Para
garantir que os partidos pequenos sejam ouvidos, deve ser instituída uma regra
em que toda decisão precisará de um quórum mínimo dois terços de votantes.
Além disso, a
federação deve ter um presidente e outros três vice-presidentes – totalizando
uma vaga para cada sigla. Os partidos ainda discutem se adotarão um rodízio na
presidência da federação, ou seja, em cada ano uma legenda ficaria com a
presidência.
A presidente do
PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, considerou que o
encontro foi exitoso, avançando em pontos importantes da construção do bloco.
“A reunião foi muito produtiva no sentido de buscar entendimentos acerca de uma
formatação estatutária que reflita a proporcionalidade dos partidos”, afirmou.
De acordo com
Luciana, é importante a consolidação de uma estrutura que garanta governabilidade
na direção, propiciando um ambiente favorável para o “exercício da unidade
política necessária no momento tão adverso que a gente está passando no
Brasil”.
Segundo o
presidente do PSB, Carlos Siqueira, o partido ainda não fechou questão sobre a
federação, porque sendo uma instituição nova não é uma coisa simples. “Há um
entendimento de todos os partidos de predisposição de participar. No PSB, ainda
há uma discussão interna”, declarou.
Para a presidente
do PT, Gleisi Hoffmann, o encontro produziu “um acordo razoável”. “A regra
geral é a composição ser feita pelo número de votos na Câmara dos Deputados, já
que é a mesma regra que coordena outras regras, como fundo eleitoral e tempo de
TV”, declarou.
A questão do prazo
para negociação também preocupa as agremiações. Por conta disso, os dirigentes
partidários devem protocolar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um recurso
pedindo mais prazo para a definição das federações partidárias.
Pela regra atual do
TSE, as legendas têm até 1º de março para solicitar o registro formal da
criação dessas associações. Porém, as siglas querem prorrogar esse prazo pelo
menos até abril – já que, inicialmente, a legislação previa que o prazo se
estendesse até julho.
“Os prazos estão
muito apertados. A lei define o prazo como julho, mas admitimos que o TSE faça
uma modulação”, observou o líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo
Calheiros.
Os partidos deverão
ter uma nova reunião até o final de janeiro e também solicitarão audiência com
o presidente da corte, Luis Roberto Barroso.
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