Por Dedé Rodrigues – (2022).
Desde os primórdios que a
educação informal faz parte da civilização humana. Esse fenômeno evoluiu para a
educação formal e acompanha a gente até os dias de hoje. Todo ano as escolas se
preparam para receber os alunos, lembram a ele dos deveres e aconselha para que,
pelo esforço individual, ele pode “melhorar de vida”, “vencer na vida” e
“encontrar um lugar ao sol”. Mas será que colocar só nas costas do aluno e do
professor o sucesso ou o fracasso da “educação para a vida” é suficiente? Que tipo de discente estamos formando na
escola? Qual é a relação do sucesso ou do fracasso do aluno com a sociedade que
temos? Afinal qual é a função social da escola, o papel do professor e da
educação nesse processo?
Em um mundo cada vez mais
complexo e interdisciplinar precisamos de um novo ser humano: interdisciplinar,
curioso, investigativo, crítico, atuante, militante e solidário. Para isso ser
possível, citamos o Professor Pedro Henrique (2022), que defende “a escola como
um espaço de escuta; um professor reeducado para mudar a prática educativa e ligar os conteúdos a vida concreta dos alunos”.
Diante dessa complexidade e desafios não basta ao aluno, por intermédio da
História: investigar o passado da humanidade e o seu processo de
evolução, tendo como referência um lugar, uma época, um povo ou um indivíduo
específico. Não basta ao aluno conhecer da Matemática: o método dedutivo, os objetos abstratos
(números, figuras, funções) e as relações existentes entre eles. Não basta ao
aluno os conhecimentos da Língua Portuguesa: a morfologia,
a sintaxe e a semântica. Não basta ao aluno o estudo da Sociologia sobre
as questões referentes ao homem e seu comportamento em determinada sociedade e
as teorias sociais. Não basta ao aluno saber da Química: a composição, a estrutura,
as propriedades da matéria, as mudanças sofridas por ela durante as
reações químicas e a sua relação com a energia. Não basta ao aluno conhecer
da Física: o estudo da natureza, seus
fenômenos em seus aspectos mais gerais. Não basta ao aluno conhecer as subáreas da Biologia, a Celular, a Ecologia, a Paleontologia, a Anatomia
e a Fisiologia. Não basta ao aluno conhecer a descrição da Terra e dos fenômenos
físicos, biológicos e humano da Geografia. Não basta ao aluno conhecer que a
Educação Física serve para a promoção da saúde e
da capacidade física por meio do ensino e prática de atividades. Não
basta ao aluno conhecer da Filosofia: o estudo de problemas
fundamentais relacionados ao conhecimento, à lógica, à existência, à verdade,
aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. De acordo com a
Filosofia é preciso também o aluno estudar qualquer assunto desde que se
possa produzir um conhecimento válido a partir de sua argumentação.
Todas as áreas do conhecimento e as disciplinas são importantes em nossas vidas, mas o conhecimento é infinito, dinâmico
e dialético, não podemos conhecer todas as Ciências, mas precisamos saber ler, escrever, interpretar e atuar em nosso meio
social. Seja qual for a disciplina que você escolha é preciso fazer a diferença
nela. Você precisa, com base na posse dos conhecimentos da sua própria
realidade, mudá-la. Para isso você precisa ligar a sua disciplina com a
sua vida e com a vida dos alunos. Mas para mudar a realidade e a sociedade precisamos também conhecer de política, de economia e do papel do Estado, pois só mudamos aquilo que conhecemos e,
essas ciências são fundamentais para as mudanças políticas, econômicas e
sociais que afetam positivamente ou negativamente as nossas vidas. Só com essas
mudanças, feitas por nós, sujeitos históricos, podemos dizer todo ano na escola
ao aluno que todos terão oportunidade de conseguir as coisas mais importantes
que batalham por elas: a educação pública de qualidade, sucesso no trabalho,
moradia, saúde pública, transporte, lazer, cultura, justiça e felicidade. Esse
deve ser o objetivo maior dos professores, dos alunos e da educação, caso
contrário, ela nos servirá muito pouco diante dos problemas complexos que temos
dos municípios, dos estados, do país e do mundo.
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