. Por Luciano Siqueira
Tendo em perspectiva quatro anos de mandato e o
tamanho dos escombros herdados do desastre bolsonarista, não há como caminhar
sem travar uma batalha a cada instante.
por Luciano Siqueira
Publicado 09/02/2023 12:10 | Editado 09/02/2023 17:21
Governar um país da dimensão e da complexidade do Brasil obviamente não é simples.
Basta examinar a proposta de programa de governo registrada no TSE pela
Federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB-PV), calcada na dupla intenção de
reconstruir o estado democrático de direito e retomar a senda de um novo
projeto nacional de desenvolvimento.
Em seguida, na construção da frente ampla, social e partidariamente assentada,
essa proposta se alargou, complexificando-se mais ainda.
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É a realidade que pede. E o tamanho da empreitada.
Lula se elegeu (por margem muito apertada) estribado nesse ideário. E governa
sob fogo cruzado, aberto ou dissimulado.
Tendo em perspectiva quatro anos de mandato e o tamanho dos escombros herdados
do desastre bolsonarista, não há como caminhar sem travar uma batalha a cada
instante.
É preciso ganhar terreno, condições de execução dos propósitos programáticos. E
esse terreno se amplia ou não a cada batalha cotidiana.
Em linguagem militar, um misto de guerra de guerrilha e guerra de
posição.
Basta uma olhada rápida no noticiário cotidiano.
O governo peleja ainda na trincheira anti golpista e ao mesmo tempo está às
turras com a presidência do Banco Central, que teima em manter a política
monetária de caráter recessivo como único modo (sic) de conter a inflação;
tenta avançar na ampliação da sua base parlamentar e, ao mesmo tempo, constrói
uma nova equação entre o governo e as Forças Armadas.
A lista completa é muito mais extensa.
O presidente fala diariamente ao povo, no intuito de compartilhar seus
propósitos com a banda da sociedade que o apoia e com a parcela que nele não
votou, mas é suscetível de mudar de posição. Um meio de se respaldar
socialmente e, pouco a pouco, melhorar a correlação de forças.
Na outra ponta, o papel de “inimigo principal” é exercido por um consórcio
informal constituído pelo rentismo, por uma parcela expressiva e retrógrada do
agronegócio e pela grande mídia monopolizada. E, à sorrelfa, a resistência
fardada.
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A variável tempo — as expectativas da maioria da
população, diga-se — pede eficiência e agilidade.
Evidente que o presidente da República tem a noção exata do tamanho dos
desafios e sabe por onde caminhar.
Sabe inclusive que não é possível enfrentar todos os obstáculos ao mesmo
tempo.
E que é preciso neutralizar algumas resistências, quando não — melhor ainda —
agregar novos aliados.
A retomada das atividades econômicas, apoiada principalmente na reindustrialização,
é sem dúvida fator decisivo para o sucesso do governo.
É por onde a maioria da população pode voltar a ter trabalho, renda e consumo.
Isso permeia direta ou indiretamente todas as trincheiras nas quais o governo
guerreia nesse instante.
E será um fator fundamental na conquista de parcelas expressivas dos milhões de
eleitores que nas eleições passadas se perfilaram no antipetismo.
À parcela mais ativa dos apoiadores do governo cabe acompanhar a situação, pari
passu, tomar pé do que acontece e travar a batalha de ideias.
As opiniões expostas neste artigo não
refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
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