Para
ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, medidas são um
grande passo rumo à mudança após abandono promovido pelo governo de Jair
Bolsonaro
Publicado
07/03/2023 18:12 | Editado 07/03/2023 18:22
Governo
reúne ministras, Janja e presidentas dos bancos na abertura do Mês
Internacional das Mulheres. Palácio do Planalto. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Após
quatro anos de abandono e destruição promovidos por Jair Bolsonaro (PL), as
políticas públicas começam a ser reconstruídas sob o governo de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT). Dentre elas, as que buscam superar as desigualdades de
gênero. Para marcar essa nova fase, o presidente anunciará, neste 8 de março,
Dia Internacional da Mulher, 25 medidas para garantir direitos à parcela
feminina da população.
Uma
das principais iniciativas é a apresentação de projeto de lei para assegurar a
igualdade salarial entre homens e mulheres que ocupem a mesma função, uma luta
histórica dos movimentos feministas brasileiros. Mesmo garantida pela
Constituição e na CLT, na prática a isonomia salarial está longe de ser uma
realidade para a grande maioria das mulheres.
Também
estão entre as medidas a serem anunciadas a disponibilização de produtos em
condições especiais no Banco do Brasil, como linha de crédito com taxa menor
para agricultoras familiares ou empreendedoras; o programa Empreendedoras Tec
para empresas e projetos tecnológicos liderados por mulheres; o Dia Nacional
Marielle Franco contra a violência política; colocar como critério de desempate
em licitações do governo federal a equidade de trabalhadores homens e mulheres;
a realização do Encontro Nacional das Mulheres das Águas e o lançamento do
prêmio Mulheres das Águas.
Leia também: Defesa da
democracia e igualdade de gênero são destaques no 8 de março
Além
dessas, deverão ser lançadas ainda iniciativas como o Programa Dignidade
Menstrual para pessoas em situação de vulnerabilidade; edital de R$ 4 milhões
para projetos municipais com foco na prevenção à violência e à criminalidade,
centrado nas mulheres e outro de R$ 1,5 milhão para financiar projetos para
fomentar ações de geração de trabalho, renda e participação social para
mulheres em situação de vulnerabilidade; doação de 270 viaturas para as
Patrulhas Maria da Penha; reforço das estruturas das delegacias de atendimento
à mulher; construção de Casas da Mulher Brasileira em capitais e no interior do
país e o desenvolvimento de encontros, eventos debates e balanços no âmbito do
Ministério da Justiça e Segurança Pública com foco em gênero.
As
novas medidas serão anunciadas durante uma cerimônia no Palácio do Planalto
nesta quarta-feira, 8 de março, às 11h. Ainda nesta terça-feira (7), a ministra
das Mulheres, Cida Gonçalves, fará um pronunciamento em rede nacional, a partir
das 20h30, marcando o início da programação do governo federal para o Mês das
Mulheres.
Em
evento nesta segunda-feira (6), a ministra da Mulher, Cida Gonçalves destacou
que “as mulheres elegeram o presidente Lula e tiveram posição de vanguarda na
defesa da democracia”. E lembrou que “é um desafio cotidiano construir as
políticas públicas para as mulheres e fazer com que elas sejam incluídas em
todas as políticas públicas”.
Mulher na ciência e onde ela quiser
Ao
portal Vermelho, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação,
Luciana Santos, primeira mulher a assumir a pasta, declarou que este Dia Internacional
da Mulher é uma data cheia de simbologia e conquistas. “Devemos celebrá-la sem
nunca esquecer das lutas que travamos para chegar até aqui. As políticas
públicas para a igualdade de gênero foram, nos últimos quatro anos, engavetadas
pelo Governo Federal que, por muitas vezes, endossou com palavras e atitudes o
machismo e o sexismo no Brasil. Por isso, as entregas do Governo Lula são um
grande passo rumo à mudança”.
Luciana
está envolvida com as pautas femininas tanto no âmbito do MCTI quanto em
relação à transversalidade necessária para que as políticas públicas possam ser
promovidas de forma ampla e na totalidade do governo. Ela destaca que “muito
ainda deve ser feito para que tenhamos uma reparação histórica. Como a primeira
ministra mulher da Ciência, Tecnologia e Inovação do país, reafirmo a missão de
trazer a ciência de volta após quatro anos de negacionismo e abrir as portas
para um novo momento na ciência brasileira que privilegie também, e sobretudo,
as mulheres”.
Leia também: Isonomia
salarial é parte da luta por igualdade entre homens e mulheres
Neste
sentido, Luciana explica que, à frente da pasta, vai implementar “uma vigorosa
política de valorização e respeito à ciência e aos pesquisadores e
pesquisadoras, de estímulo ao desenvolvimento científico e tecnológico do País,
de apoio à política de reindustrialização do Brasil, além de trabalhar pela
inserção de mulheres nas carreiras científicas e tecnológicas. Lutaremos pela
sua permanência nas áreas, a horizontalidade nas funções com equiparação
salarial em relação aos homens e a ocupação de posições de lideranças” .
A
ministra salientou que “somos maioria, superamos os homens nas bolsas de
iniciação científica, mas temos somente a metade das bolsas de produtividade.
Isso tem que mudar!”.
Luciana
defende ainda a necessidade de assegurar ações afirmativas de políticas
públicas para o gênero que garantam a participação das mulheres nos ambientes
de pesquisa, de produção de conhecimento e desenvolvimento tecnológico. Por
fim, pontua: “Esta é uma agenda cara e coerente com a minha trajetória pessoal
e profissional, uma agenda que trabalharei de forma incansável para além do mês
do março sob a marca ‘Pesquise como uma mulher’”.
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