sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Palavra de poeta: Cacaso

 


GAMELEIRA

Cacaso



Muito longe do arabesco,
do arlequim e da moda,
à sombra da gameleira
que a previsão já recorta,
naquelas terras perdidas
recuperadas na troca,
vagamos por um caminho:
Mistura de ida e volta.
Naquelas terras estanques
onde a razão era morta:
Araçá, caju do brejo,
mistura de vida e volta.
Mistura de teu soluço
com a nossa ânsia torta:
No ventre da gameleira
a vida era tida morta.
A vida era tida longe
como um sol que não acorda:
No ventre da gameleira
volta e vida, ida e volta.

[Ilustração: Eduardo Machado]

Um convite à essência da vida https://bit.ly/3Ye45TD

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