Em apenas um ano de governo Lula, as reservas em dólar chegaram ao seu nível mais alto desde março de 2022, após uma queda de 13% verificada no governo anterior
por Cezar Xavier
Publicado 31/01/2024 18:16
A principal
motivação para o crescimento das reservas foi a entrada de recursos no país,
totalizando US$ 11,5 bilhões no primeiro ano do governo Lula. Essa injeção de
capital foi acompanhada pela decisão estratégica do Banco Central de não vender
dólares, mesmo diante de movimentos fortes de retirada de recursos, como os
observados durante a pandemia da Covid-19 em 2020.
A partir de 2003,
durante o primeiro mandato do presidente Lula na Presidência da República, foi
iniciada a aquisição de reservas internacionais em um cenário econômico tomado
pelas desvalorizações cambiais. Assim, em praticamente duas décadas, o país
ampliou as suas reservas em dólar de um total de apenas US$ 38,77 bilhões em
2003 para US$ 355 bilhões em 2023.
O sólido volume das
reservas internacionais sempre é citado como um dos pontos fortes do Brasil em
relatórios das maiores agências internacionais de classificação de risco, o que
permitiu ao país estar a apenas dois degraus para alcançar o grau de
investimento.
A reserva
internacional, também conhecida como reserva cambial, consiste no volume de
dólares que o país possui em caixa. Essa reserva proporciona uma vantagem
crucial, pois oferece garantias contra crises no mercado internacional, como a
experienciada pela Rússia em 1998, e protege contra a retirada repentina de
recursos por parte dos investidores.
Durante a gestão do
bolsonarista Paulo Guedes na Economia, responsável pela queda de 13% no volume
total das reservas internacionais, num total de R$ 65,8 bilhões, ele chegou a
defender a venda de parte dessas reservas e a criação de metas para sua
acumulação, no que foi rechaçado de foram generalizada por economistas de
várias correntes de pensamento e também por agentes do mercado financeiro.
O governo
brasileiro acumula dólares de diversas maneiras: por meio da compra no mercado,
recebimento de dividendos provenientes de suas aplicações, geralmente em
títulos do Tesouro norte-americano, e emissões de títulos da dívida pública no
mercado internacional.
Destaca-se que, em
2022, as reservas sofreram uma queda de US$ 37,3 bilhões, sendo que o Banco
Central interveio vendendo US$ 570 milhões em dólares no mercado à vista e US$
11,5 bilhões em leilões de linha. Adicionalmente, US$ 6,46 bilhões deixaram o
país em decorrência de operações comerciais e financeiras.
A política cambial,
que envolve a compra e venda de dólares, leilões de linha e intervenções no
mercado futuro, é uma responsabilidade do Banco Central, que detém autonomia
legal desde 2021. Dentro de uma política de livre flutuação do real, a
instituição tem atuado apenas em momentos específicos, como forma de evitar
movimentos abruptos no dólar e corrigir distorções na formação de preços.
Em resumo, as
reservas internacionais do Brasil se destacam como um alicerce sólido,
proporcionando estabilidade e segurança em meio a um cenário global volátil, e
reforçando a posição do país como uma economia resiliente no contexto
internacional.
0 comentários :
Postar um comentário