Luciano Siqueira
No ambiente saudável e instigante da
Escola Nacional João Amazonas, do PCdoB, um breve debate acerca do tema
"partido".
Fundamentos teóricos e referências políticas historicamente situadas, a turma
obteve previamente através de sete aulas em vídeo alojadas no portal da
Fundação Maurício Grabois.
Agora, um breve exercício teórico-prático, se é possível dizer assim, com um
olhar sobre os desafios de construir um partido político comunista sob as
complexas condições do mundo atual e do Brasil.
Nada simples.
Mudam as condições de existência dos trabalhadores, tornam-se a cada dia mais
complexos os mecanismos pelos quais se formam a consciência política das
maiorias.
Seja pelo rol de transformações no mundo da produção e da distribuição da
riqueza produzida, seja pelo fetiche da comunicação instantânea, breve,
superficial e frequentemente distorcida dos ambientes digitais.
Tudo no contexto do sistema capitalista imperante, que acumula contradições tão
complexas quanto insuperáveis, e por isso mesmo já não tem o que oferecer às
maiorias e recorre, mundo afora, ao autoritarismo nas suas mais diversas formas
porque não suporta o confronto de alternativas.
Segue a onda de extrema direita e conservadorismo que marca o tempo presente,
inclusive em nosso país.
Porém o exercício da combinação entre teoria e prática, promovido pela escola
do PCdoB, produz a convicção de que o sonho que sonhamos é um sonho possível.
E, portanto, vale construir o partido cuja razão de ser está justamente na luta
pela realização desse sonho nada simples nem factível em horizonte de curto
prazo.
Mas uma empreitada historicamente viável mediante construção cotidiana, pelas
mãos generosas e crescentemente convictas de centenas de milhares — e em breve,
milhões — de brasileiros e brasileiras que sobrevivem da labuta cotidiana e
dessa extraordinária parcela jovem da população, por natureza irredenta.
A chave está no programa partidário — que o PCdoB denomina Programa Socialista
para o Brasil —, onde o horizonte estratégico se reafirma assentado na
prolongada conjuntura de resistência ora vigente, no propósito de um novo
projeto nacional de desenvolvimento a ser gerado através de reformas
estruturais alcançáveis pela luta renhida de milhões.
Percorrido esse complexo, atribulado e conflituoso caminho, o povo brasileiro
alcançará a elevação substancial do seu padrão de vida material e espiritual,
permitindo-se a partir daí vislumbrar a alternativa socialista.
Quando?
Aí reside o fascinante paradoxo da luta transformadora. Possível, sim; mas
imprevisível quanto ao desenlace a se construir mediante peleja cotidiana em
múltiplas e articuladas trincheiras.
Uma chama que queima mais forte no peito do velho militante toda vez em que se
vê acolhido por contingentes das novas gerações e experimenta tão fascinante
convergência.
*Texto da minha coluna desta
quinta-feira no portal Vermelho.
As
emoções dão cor à vida ttps://bit.ly/3Ye45TD
Postado por Luciano Siqueira às 10:21 Nenhum
comentário:
0 comentários :
Postar um comentário