Por Altamiro Borges
A crise da mídia impressa, decorrente da explosão da
internet e da queda de credibilidade dos jornalões e revistonas, agrava-se em todos os cantos. No Brasil,
vários jornais já sucumbiram - como o JB, o JT e outros - e muitos trilham o
caminho do falência, como o velho Estadão, que demitiu mais de 20% da sua
equipe no início de abril. No mundo, o declínio também se acelera. O jornalista
Fernando Rodrigues, da Folha, revelou nesta semana que a receita dos jornais
nos EUA foi a pior dos últimos 50 anos - em 2012, ela foi 15% menor do que era
em 1956, conforme informações compiladas pelo sítio Statista.
"Segundo o site, o boom da internet fez a receita dos
veículos impressos com anúncios cair mais de 70% desde o ano 2000 – quando a
indústria de mídia impressa havia atingido o pico de receita nos EUA. O
faturamento com a circulação (venda de jornais e revistas) caiu cerca de 25%
nesse período. O mais alarmante é que a internet, uma possível válvula de
escape para as empresas de jornalismo impresso, não está rendendo o suficiente
para cobrir as perdas", afirma o repórter, que conclui:
"A venda de publicidade nos sites dos jornais já
representa mais de 10% das receitas do setor nos EUA. O problema é que as
receitas totais anuais encolheram US$ 45 bilhões desde o ano 2000. No ano
passado (2012), o valor total de faturamento foi de R$ 33 bilhões. Ou seja,
afirma Statista, “os US$ 3,4 bilhões em venda de anúncios online parecem apenas
uma gota d’água no balde”. Os jornais e revistas perdem leitores e, como
consequência, os anúncios publicitários diminuem drasticamente. O mesmo
fenômeno também já atinge as emissoras de rádio e televisão, que sofrem com a
migração, principalmente dos jovens, para a internet.
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República, responsável
pela distribuição das verbas de publicidade do governo federal e das empresas
estatais, deveria ler como atenção os dados compilados pelo sítio Statista. O
que ocorre em ritmo mais acelerado nos EUA também já se manifesta no Brasil.
Mas a Secom, que insiste na questionável tese da "mídia técnica",
parece que ainda não entendeu o fenômeno e continua privilegiando a velha mídia
com os recursos dos cofres públicos.
Postado por Miro às 23:29
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