O Estado é laico ! Eu não rezo pela cartilha da Globo !
O Conversa Afiada reproduz indignado artigo de amiga
navegante carioca, moradora do Posto Seis.
Ai de ti, Copacabana
Um horror!
Que saudade do carioca irreverente, meio ateu, meio de
esquerda e totalmente sacana.
Agora, tá tudo carola, piegas, um horror.
E talvez a maior responsável seja a Globo.
Quando saí à rua e vi aquele bando de jovens imbecilizados
tive vontade de usar uma camiseta ou de carregar uma bandeira dizendo: sou
ateu, comunista, a favor do aborto, do homossexualismo e da sacanagem !
Sou moradora de Copacabana e já há muitos anos venho
sofrendo com o acúmulo de megaeventos no bairro: competições de toda ordem
(maratona, capoeira etc.), parada gay, procissão, shows e o diabo a quatro.
Quase não sobra fim de semana para os moradores e visitantes desfrutarem dos
prazeres naturais da princesinha do mar. Por que não diversificar em outros
bairros ?
O prefeito Eduardo Paes respondeu certa vez aos moradores
que esse é o preço a pagar por se morar no principal cartão postal da cidade.
Mas, esse preço já pagamos no IPTU alto. Tendo a achar que o prefeito e seu
secretário do meio-ambiente não gostam de Copacabana. Fazer de suas areias,
local para camping????
Com a vinda do papa, a coisa extrapolou os limites do
absurdo.
Apenas uma pequena amostra: quinta-feira à noite, no
desembarque doméstico do Galeão, fui informada que os taxis não poderiam entrar
em Copacabana e que a única possibilidade era ir até Botafogo ou Corte
Cantagalo (na Lagoa) e dali, ir a pé para casa.
Nestes dias, os porteiros, as empregadas domésticas,
bancários, garçons e outros trabalhadores que moram longe, têm que dar a volta
ao mundo para vir trabalhar e voltar para casa.
Hoje, sábado, estou ilhada no bairro. Havia comprado com
antecedência ingressos para um concerto no Municipal às 16hs e não posso ir,
pois as estações de metrô Cinelândia e Rio Branco estão fechadas.
Também não poderia voltar para casa porque o acesso ao
bairro está fechado até 21hs.
O que fazer?
O prefeito se limita a pedir compreensão e desculpas aos
moradores do bairro. Os jovens manifestantes se concentram nos protestos contra
o governador Cabral e parecem não ousar dizer nada sobre o assunto. E os custos
do Estado, isto é, dos cidadãos, para os serviços envolvidos no megaevento –
segurança, limpeza, assistência médica, etc.?
A religião católica não é unanimidade no Brasil. Há
evangélicos, ateus, espíritas, umbandistas etc.
E mesmo se fosse.
O Estado brasileiro é um Estado laico e nenhuma celebração
religiosa justifica tamanhos custos nem tamanha violação do direito de ir e
vir.
Como diria a Tieta do Agreste, depois de assistir ao jornal
nacional: caparam o brasileiro !
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