Lewandowski ressaltou que paralisar o programa neste
momento, impedindo a contratação de médicos, geraria prejuízo para a população
O STF (Supremo Tribunal Federal) negou, nesta sexta-feira
(26) o pedido de liminar para suspender o programa Mais Médicos feito esta
semana pela AMB (Associação Médica Brasileira). O programa, lançado há pouco
mais de duas semanas pela presidente Dilma Rousseff, pretende distribuir
médicos brasileiros e estrangeiros em cidades com carência desses
profissionais, e ampliar o curso de medicina em dois anos.
Lançado pelo governo
Dilma, encontrou resistência da oposição
e classe médica . O ministro Ricardo Lewandowski, que está responsável por
decisões do STF durante o recesso, citou em sua decisão dados que o governo tem
usado para apontar a falta de médicos no país e, assim, justificar as medidas
adotadas.
“O ato impugnado (o programa Mais Médicos) configura uma
política pública da maior importância social, sobretudo ante a comprovada
carência de recursos humanos na área médica no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS)”, afirmou o ministro na decisão. “O cenário indica, ao contrário do
sugerido na inicial, a existência de periculum in mora inverso, ou seja, o
perigo na demora de fato existe, porém milita em favor da população.”
Lewandowski
argumentou que o número de médicos formados pelas faculdades brasileiras é
insuficiente para suprir as vagas abertas nos hospitais. Além disso, a
proporção entre médicos e habitantes no Brasil, abaixo da registrada em outros
países, seria mais um argumento em favor do programa, conforme julgou o
ministro.
“O Brasil possui apenas 1,8 médicos para cada mil
habitantes, desigualmente distribuídos por suas regiões, ao contrário de outros
países como Argentina (3,2), Uruguai (3,7), Portugal (3,9), Espanha (4),
Austrália (3), Itália (3,5), Alemanha (3,6) ou Reino Unido (2,7)”, afirmou
Lewandowski.
Assim, o cenário
indica a existência de periculum in mora inverso, ou seja, o perigo na demora
de fato existe, porém milita em favor da população", afirma o ministro.
Essa é a primeira derrota aos pedidos de suspensão do programa Mais
Médicos feitos a diferentes esferas da Justiça desde a semana passada.
Um total de 18.456 médicos se inscreveram no programa Mais
Médicos, de acordo com o balanço final divulgado nesta sexta-feira (26) pelo
Ministério da Saúde. Do total, 1.920 deles são estrangeiros ou têm registros
profissionais em outros países (um total de 61). Espanha, Argentina e Portugal
foram os países com maior número de inscritos. 1.270 profissionais recebem
bolsas de residência médica - eles terão que abandoná-las caso queiram entrar
no Mais Médicos. Ao todo, 15.327 inscritos ainda precisam finalizar o cadastro
ou anexar documentos.
0 comentários :
Postar um comentário