Por Altamiro Borges
A direita nativa está meio órfã. A sua representação
partidária está em crise. Os tucanos não têm propostas, não se bicam e não
conseguem fazer decolar a candidatura do mineiro Aécio Neves, o cambaleante
presidenciável do PSDB. Já o DEM tende a sumir do mapa eleitoral em outubro,
com os demos rumando para o inferno – se o diabo deixar! Quanto ao PPS, do
servil Roberto Freire, nem vale gastar saliva. Diante deste quadro dramático, a
única salvação da direita na atualidade é a mídia, que hoje cumpre o verdadeiro
papel do partido da reação. Neste campo, ela conta com antigos e novos heróis.
Rachel Sheherazade, apresentadora do telejornal do SBT, é uma destas novas
musas dos direitistas nativos.
Em entrevista concedida a Mônica Bergamo, na Folha deste
domingo (12), ela explicitou a sua visão reacionária. Até a jornalista da Folha
realçou as “ideias polêmicas” de Rachel Sheherazade, “que há quase três anos é
paga para falar o que pensa no ‘SBT Brasil’, o jornal das 19h45”. Para a moça
de 40 anos, o Uruguai virou “sócio de traficantes” ao regulamentar o comércio
da maconha e o direito da mulher ao aborto é um crime. Ela também afirma que já
votou em Lula, mas que mudou radicalmente de posição. “Com a minha maturidade,
passei a ter posicionamentos mais de direita do que de esquerda”. Para justificar
a sua conversão, ela cita “o direito à vida e à propriedade como exemplos”.
Durante a “polêmica” conversa, a nova musa midiática da
direita elogia Reinaldo Azevedo, pitbull da Veja e rottweiller da Folha. “Ele é
um fofo”, afirma. Ela ainda defende o pastor e deputado Marco Feliciano
(PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal.
"Ele sofre perseguição religiosa". Mas o mais curioso da entrevista
surge quando ela revela que “passou em concurso para ser escrivã” no Tribunal
da Justiça da Paraíba e que está licenciada do cargo. “Vou pedir desligamento”,
afirma. Mônica Bergamo parece estranhar a informação. “Passaram-se mais de mil
dias até a certeza de que poderia abdicar da estabilidade do funcionalismo
público”, comenta.
Diante desta revelação, pintou uma dúvida atroz nas redes
sociais: Rachel Sheherazade é funcionária fantasma? Ela ganha sem trabalhar num
cargo público? No SBT, o seu salário é de R$ 150 mil, o que permitiu que ela
resida “numa casa em Alphaville, complexo de condomínios de luxo a 23 km de São
Paulo”. E do cargo licenciado na Paraíba? A nova musa da direita até agora não
esclareceu a cruel dúvida dos internautas.
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