quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Musa da direita do SBT é “fantasma”?

Por Altamiro Borges

A direita nativa está meio órfã. A sua representação partidária está em crise. Os tucanos não têm propostas, não se bicam e não conseguem fazer decolar a candidatura do mineiro Aécio Neves, o cambaleante presidenciável do PSDB. Já o DEM tende a sumir do mapa eleitoral em outubro, com os demos rumando para o inferno – se o diabo deixar! Quanto ao PPS, do servil Roberto Freire, nem vale gastar saliva. Diante deste quadro dramático, a única salvação da direita na atualidade é a mídia, que hoje cumpre o verdadeiro papel do partido da reação. Neste campo, ela conta com antigos e novos heróis. Rachel Sheherazade, apresentadora do telejornal do SBT, é uma destas novas musas dos direitistas nativos.


Em entrevista concedida a Mônica Bergamo, na Folha deste domingo (12), ela explicitou a sua visão reacionária. Até a jornalista da Folha realçou as “ideias polêmicas” de Rachel Sheherazade, “que há quase três anos é paga para falar o que pensa no ‘SBT Brasil’, o jornal das 19h45”. Para a moça de 40 anos, o Uruguai virou “sócio de traficantes” ao regulamentar o comércio da maconha e o direito da mulher ao aborto é um crime. Ela também afirma que já votou em Lula, mas que mudou radicalmente de posição. “Com a minha maturidade, passei a ter posicionamentos mais de direita do que de esquerda”. Para justificar a sua conversão, ela cita “o direito à vida e à propriedade como exemplos”.

Durante a “polêmica” conversa, a nova musa midiática da direita elogia Reinaldo Azevedo, pitbull da Veja e rottweiller da Folha. “Ele é um fofo”, afirma. Ela ainda defende o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal. "Ele sofre perseguição religiosa". Mas o mais curioso da entrevista surge quando ela revela que “passou em concurso para ser escrivã” no Tribunal da Justiça da Paraíba e que está licenciada do cargo. “Vou pedir desligamento”, afirma. Mônica Bergamo parece estranhar a informação. “Passaram-se mais de mil dias até a certeza de que poderia abdicar da estabilidade do funcionalismo público”, comenta.


Diante desta revelação, pintou uma dúvida atroz nas redes sociais: Rachel Sheherazade é funcionária fantasma? Ela ganha sem trabalhar num cargo público? No SBT, o seu salário é de R$ 150 mil, o que permitiu que ela resida “numa casa em Alphaville, complexo de condomínios de luxo a 23 km de São Paulo”. E do cargo licenciado na Paraíba? A nova musa da direita até agora não esclareceu a cruel dúvida dos internautas.

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