Como eu ia dizendo quando fui atropelado por um buraco no
meio da rua, que me estraçalhou o braço direito e me deixou quase um mês fora
de combate, não há a menor chance de Lula voltar a ser candidato a presidente,
a não ser que Dilma desista da reeleição.
O ex-presidente tem pelo menos três bons motivos para matar
no nascedouro esta história de "volta Lula", que vira e mexe ressurge
no noticiário:
- Seria reconhecer o fracasso do governo da presidente Dilma
e, por tabela, dele mesmo e do PT, já que foi Lula quem a lançou e bancou em
2010. Além disso, não há no momento nenhum motivo para se jogar nesta aventura.
O balaio de novas pesquisas divulgadas neste final de semana mostram, em
resumo, que Dilma seria reeleita no primeiro turno, apesar de todas as dificuldades
que o governo enfrenta e da intensa campanha de mídia para impedir a sua
reeleição.
- Caso seja candidato, e caso seja eleito, o que ninguém
pode lhe assegurar, mesmo sendo ainda o político mais popular do país, quem
garante que teria as mesmas condições internas e externas para, ao final de um
hipotético terceiro mandato, deixar o Palácio do Planalto com a consagradora
aprovação de mais de 80% dos brasileiros? Para que arriscar seu lugar já
garantido na História?
- Por fim, mas não menos importante, há a questão da sua
lealdade com Dilma _ e vice-versa _ que nenhuma intriga foi capaz de abalar até
agora. E, além de tudo, pegaria muito mal Lula desmentir agora o que vem
repetindo nos últimos três anos: que a presidente é a sua candidata em 2014.
Não falei com Lula nem com Dilma, nem tenho fontes
sobrenaturais, mas pelo que conheço dos dois, depois de tantos anos de
convivência, posso assegurar que este cenário não muda por mais que tentem
jogar um contra o outro. Lula é Dilma.
E vou parando por aqui nesta minha volta ao batente porque
meu braço já está doendo nesta primeira tentativa de retomar os trabalhos
interrompidos pelo destino. Já estava sentindo falta de todos os fiéis leitores
deste Balaio. Muito obrigado pela força que vocês me deram, pelas muitas
mensagens de carinho e por não se esquecerem de mim.
Fiquei com medo de não conseguir voltar a escrever, mas Deus
e os médicos foram muito bons comigo. Vida que segue.
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