Integra do pronunciamento de Dilma Rouseff em horário nobre,
nesta terça-feira
As benfeitorias são para o povo brasileiro, que subiu na
vida
Minhas amigas e meus amigos,
A partir desta quinta-feira, os olhos e os corações do mundo
estarão voltados para o Brasil, acompanhando a maior Copa da história.
Pelo menos 3 bilhões de pessoas vão se deixar fascinar pela
arte das 32 melhores seleções de futebol do planeta.
Para o Brasil, sediar a Copa do Mundo é motivo de
satisfação, de alegria e de orgulho.
Em nome do povo brasileiro, saúdo a todos que estão chegando
para esta que será, também, a Copa pela paz e contra o racismo;
a Copa pela inclusão e contra todas as formas de violência e
preconceito;
a Copa da tolerância, da diversidade, do diálogo e do
entendimento.
A Seleção Brasileira é a única que disputou todas as Copas
do Mundo realizadas até hoje.
Em todos os países, sempre fomos muito bem recebidos.
Vamos retribuir, agora, a generosidade com que sempre fomos
tratados, recebendo calorosamente quem nos visita.
Tenho certeza de que, nas 12 cidades-sede, os visitantes
irão conviver com um povo alegre, generoso e hospitaleiro, e se impressionar
com um país cheio de belezas naturais e que luta, dia a dia, para se tornar
menos desigual.
Amigos de todo o mundo: cheguem em paz!
O Brasil, como o Cristo Redentor, está de braços abertos
para acolher todos vocês.
Brasileiras e Brasileiros,
Para qualquer país, organizar uma Copa é como disputar uma
partida suada – e muitas vezes sofrida.
Com direito a prorrogação e disputa nos pênaltis.
Mas o resultado e a celebração final valem o esforço.
O Brasil venceu os principais obstáculos e está preparado
para a Copa, dentro e fora do campo.
Para que esta vitória seja ainda mais completa é fundamental
que todos os brasileiros tenham uma noção correta de tudo que aconteceu.
Uma visão sem falso triunfalismo, mas também sem derrotismo
ou distorções.
Como se diz na linguagem do futebol: treino é treino, jogo é
jogo.
No jogo, que começa agora, os pessimistas já entram
perdendo.
Foram derrotados pela capacidade de trabalho e a
determinação do povo brasileiro, que não desiste nunca.
Os pessimistas diziam que não teríamos Copa porque não
teríamos estádios.
Os estádios estão aí, prontos.
Diziam que não teríamos Copa porque não teríamos aeroportos.
Praticamente, dobramos a capacidade dos nossos aeroportos.
Eles estão prontos para atender quem vier nos visitar;
prontos para dar conforto a milhões de
brasileiros.
Chegaram a dizer que iria haver racionamento de energia.
Quero garantir a vocês: não haverá falta de luz na Copa, nem depois dela.
O nosso sistema elétrico é robusto, é seguro, pois
trabalhamos muito para isso.
Chegaram também ao ridículo de prever uma epidemia de dengue
na Copa em pleno inverno, no Brasil!
Além das grandes obras físicas e da infraestrutura, estamos
entregando um sistema de segurança capaz de proteger a todos, capaz de garantir
o direito da imensa maioria dos brasileiros e dos nossos visitantes que querem
assistir os jogos da Copa.
Estamos entregando, também, um moderno sistema de
comunicação e transmissão que reúne o que há de mais avançado em tecnologia,
incluindo redes de fibra ótica e equipamentos de última geração, em todas as 12
sedes.
Minhas amigas e meus amigos,
A Copa apressou obras e serviços que já estavam previstos no
Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.
Construímos, ampliamos ou reformamos aeroportos, portos,
avenidas, viadutos, pontes, vias de trânsito rápido e avançados sistemas de transporte
público.
Fizemos isso, em primeiro lugar, para os brasileiros.
Tenho repetido que os aeroportos, os metrôs, os BRTs e os
estádios, não voltarão na mala dos turistas.
Ficarão aqui, beneficiando a todos nós.
Uma Copa dura apenas um mês, os benefícios ficam para toda
vida.
Os novos aeroportos
não eram necessários apenas para receber os turistas na Copa.
Com o aumento do
emprego e da renda, o número de passageiros mais que triplicou nos últimos dez
anos: de 33milhões em 2003, saltamos para 113 milhões de passageiros no ano
passado, e devemos chegar a 200 milhões em 2020.
Por isso, precisávamos modernizar nossos aeroportos para,
acima de tudo, melhorar o dia-a-dia dos brasileiros que,cada vez mais, viajam
de avião.
Agora também temos estádios modernos e confortáveis, de
Norte a Sul do país, à altura do nosso futebol e dos nossostorcedores.
Além de servir ao futebol, serão estádios multiuso: vão
funcionar também, como centros comerciais, de negócios e de lazer, e palcos de
shows e festas populares.
Minhas amigas e meus amigos,
Tem gente que alega que os recursos da Copa deveriam ter
sido aplicados na saúde e na educação.
Escuto e respeito essas opiniões, mas não concordo com elas.
Trata-se de um falso dilema.
Só para ficar em uma comparação: os investimentos nos
estádios, construídos em parte com financiamento dos bancos públicos federais,
e em parte com recursos dos governos estaduais e das empresas privadas, somaram
8 bilhões de reais.
Desde 2010, quando começaram as obras dos estádios, até
2013, o governo federal, os estados e municípios investiram cerca de 1 trilhão
e 700 bilhões de reais em educação e saúde. Repito, 1 trilhão e 700 bilhões de
reais.
Ou seja : no mesmo período, o valor investido em educaçãoe
saúde no Brasil é 212 vezes maior que o valor investido nos estádios.
Vale lembrar, ainda, que os orçamentos da saúde e da
educação estão entre os que mais cresceram no meu governo.
É preciso olhar os dois lados da moeda.
A Copa não representa apenas gastos, ela traz também
receitas para o país.
É fator de desenvolvimento econômico e social.
Gera negócios, injeta bilhões de reais na economia, cria
empregos.
De uma coisa não tenham dúvida: as contas da Copa estão
sendo analisadas, minuciosamente, pelos órgãos de fiscalização.
Se ficar provada qualquer irregularidade, os responsáveis
serão punidos com o máximo rigor.
Minhas amigas e meus amigos,
O Brasil que recebe esta Copa é muito diferente daquele país
que, em 1950, recebeu sua primeira Copa.
Hoje, somos a 7ª economia do planeta e líderes, no mundo, em
diversos setores da produção industrial e do agronegócio.
Nos últimos anos, nosso país promoveu um dos mais exitosos
processos de distribuição de renda, de aumento do nível de emprego e de
inclusão social.
Reduzimos a desigualdade em níveis impressionantes, levando,
em uma década, 42 milhões de pessoas à classe média e retirando 36 milhões de
brasileiros da miséria.
Somos também um país que, embora tenha passado há poucas
décadas por uma ditadura, tem hoje uma democracia jovem, dinâmica e pujante.
Desfrutamos da mais absoluta liberdade e convivemos com
manifestações populares e reivindicações que nos ajudam a aperfeiçoar, cada vez
mais, nossas instituições democráticas.
Instituições que nos respaldam tanto para garantir a
liberdade de manifestação como para coibir excessos e radicalismos de qualquer
espécie.
Meus queridos jogadores e querida Comissão Técnica,
Debaixo da camisa verde-amarela, vocês materializam um
poderoso patrimônio do povo brasileiro.
A Seleção representa a nacionalidade. Está acima de
governos, de partidos e de interesses de qualquer grupo.
Por isso, vocês merecem que um dos legados desta Copa seja,
também, a modernização da nossa estrutura do futebol e das relações que regem
nosso esporte.
O Brasil precisa retribuir a vocês, e a todos os
desportistas, tudo o que vocês têm feito por nosso povo e por nosso país.
O povo brasileiro ama e confia em sua Seleção.
Estamos todos juntos para o que der e vier.
Viva a Paz!
Viva a Copa!
Viva o Brasil!
Obrigada e Boa
Clique aqui para ler “Dilma sobre o Arrocho: oportunismo deslavado !’”
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