No fim de semana (domingo), a denúncia da Folha de S.Paulo -
exposta hoje por todos os demais jornalões - de que o candidato tucano ao
Planalto, senador Aécio Neves (PSDB-MG) construiu quando governador de Minas,
com R$ 14 milhões de dinheiro público, um aeroporto em Cláudio (MG), na fazenda
de um tio-avô para uso particular de sua família, expõe bem o que é a falácia
de seu governo no Estado (2003-2010).
Demonstra muito bem o que é o seu tão famoso choque de
gestão que ele tanto explora na campanha como se fosse a 7ª maravilha do mundo
quando, na verdade, o choque de gestão só esconde sua política neoliberal. Tão
neoliberal que o senador-candidato não conseguiu até hoje – pelo contrário,
foge do assunto – explicar as medidas impopulares que prometeu, em almoços e
jantares reservados com empresários, implantar no país, caso se elegesse.
O aeroporto na fazenda da família do candidato é um
escândalo, caso para a adoção de medidas legais e judiciais (como estuda adotar
o comitê da presidenta Dilma Rousseff), quem sabe até de CPI na Assembleia
Legislativa de Minas. ´Termina sendo marca maior dos dois governos de Aécio em
Minas, do seu jeito de governar, do que o tal choque de gestão.
Construtora do aeroporto contribuiu para campanha de Aécio
Hoje o site Entre Fatos traz uma revelação nova relacionada
ao aeroporto: revela que a empresa que venceu a licitação para a obra
contribuiu com campanha eleitoral de Aécio Neves. A Vilasa Construtora doou R$
67 mil quando ele disputou a reeleição de governador em 2006. A informação está
registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). E, ainda de
acordo com o TRE-MG, em 2010, quando o aeroporto foi construído, o sucessor
eleito por Aécio, Antonio Anastasia, recebeu R$ 20 mil da empresa para sua
campanha.
No caso deste aeroporto, de novo o senador se atrapalha todo
nas explicações. Para a reportagem inicial sobre o caso no Folhão – domingo – o
senador informou que os critérios adotados para escolher o local do aeroporto
foram técnicos e que fez tudo dentro da lei. No próprio domingo voltou a falar
sobre o assunto acusando a Folha de perseguição e dizendo que o aeroporto foi
construído numa área já vendida pelo tio. Disse não saber porque falam que o
terreno é do tio se já não é mais.
Também o comitê de campanha dele emitiu nota oficial ontem a
respeito. Mais confunde do que esclarece. A nota afirma que o aeroporto não é
mais na fazenda do tio do candidato, porque a área foi desapropriada, tanto que
o tio contesta o valor na justiça. Mas, então, foi construído na fazenda, o
Estado comprou e tentou pagar a área depois?
Pedido de homologação tardio
A reportagem inicial da Folha de S.Paulo conta que a chave
do portão para entrar no aeroporto fica com o tio-avô de Aécio e só a família o
usa até agora. A nota do comitê informa que no 1º semestre de 2011 o governo de
Minas entrou com o pedido de homologação do aeroporto na Agência Nacional de
Aviação Civil (ANAC), junto com um pedido de homologação de vários aeroportos
construídos num programa do governador Aécio. Aécio deixou de ser governador de
Minas há quatro anos e até agora essa homologação não saiu, a chave do
aeroporto continua com seu tio?
Ao comentar a construção desse aeroporto na fazenda da
família, o colunista Jânio de Freitas, numa nota na coluna dele desse domingo
(ontem) se confessa impressionado com o nível de desinformação do candidato em
relação a tudo. Particularmente sobre o que fala e faz sobre o Mais Médicos e o
Bolsa Família. “Como candidato, nem se deu ao trabalho de informar-se direito,
entre outros assuntos maltratados, sobre o Mais Médicos e o Bolsa Família”, diz
Jânio. Nós também estamos, tanto que publicamos várias notas no blog na semana
passada.
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