Por Emir Sader, no site Carta Maior:
O Lula já foi derrubado muitas vezes pela direita, só que
nunca caiu. Foram momentos de ejaculação precoce por parte da direita
brasileira.
A primeira vez foi na crise de 2005. A direita considerava
favas contadas a derrubada do Lula. Pensou no impeachment, mas depois recuou,
com medo da reação popular.
Aí preferiu “sangrar o governo”, até derruba-lo nas eleições
de 2006. Só que os efeitos das políticas sociais do governo tinham gerado uma
grande base de apoio popular, que levou o Lula à reeleição em 2006.
Depois Lula ia ser derrubado, ia sair derrotado do governo,
porque sua candidata era um poste e o da direita amplamente favorito. Deu o
poste e Lula saiu vitorioso, com o maior apoio popular que um presidente tinha
tido, apesar da campanha da mídia monopolista contra ele.
A obsessão com Lula voltou conforme se enfoca o horizonte
das eleições de 2018. Ganhar no campo, a direita vê que é impossível, por mais
que se contente ilusoriamente com pesquisas manipuladas. Se acreditasse nelas,
não estaria de novo com a obsessão de tirar Lula do caminho, via alguma forma
de impedimento jurídico.
É o tema central da mídia e o objetivo do tal do juiz Moro.
Nada faz sentido se não conseguir chegar a Lula, mas ao mesmo tempo tem medo e
não tem elementos para isso.
Quando a oposição se dá conta que dispõe apenas de Aécio e
de Alckmin para serem candidatos, a obsessão de tirar o Lula da jogada volta
com força. De que valeu toda a campanha do mensalão em 2005, se na eleição Lula
derrotou Alckmin? De que valeria todas as manipulações de agora, se o
enfrentamento voltar a colocar frente a frente Lula e Alckmin?
Se trata então de derrubar de novo Lula, antes que ele
derrube de novo a direita.
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