Autor: Fernando Brito
O Diário Oficial do Governo dos Estados Unidos (Federal
Register) publicou hoje o ato do Secretário de Estado John Kerry que oficializa
a retirada de Cuba da lista editada unilateralmente que a classificava como
“país terrorista”
Ainda não é a suspensão do embargo econômico do país a Cuba,
implantado desde fevereiro de 1962 e que considera “hostil” qualquer empresa,
de qualquer país, que faça negócios com
os cubanos, criando restrições para sua atividade nos EUA
A decisão foi anunciada há uma semana, mas para valer
precisava ser publicada.
Barack Obama tem, agora, 45 dias para apresentar um relatório ao Congresso
explicando que o Governo de Cuba não forneceu qualquer apoio ao terrorismo
internacional por um período de seis meses antes e assegurar que o Governo de
Cuba deu garantias de que não irão apoiar atos de terrorismo internacional no
futuro.
Ou seja, terá de relatar o obvio, porque a inclusão da ilha
na lista era apenas um ato político de hostilidade ao regime.
Agora, a discussão vai se focar na suspensão do embargo
comercial (e financeiro) a Cuba, mas é provável que o processo seja acelerado,
pelos próprios EUA, em razão do processo eleitoral de 2016, que começa em
janeiro que vem, com o início das eleições primárias.
Aos democratas não interessa ter Cuba como tema eleitoral
pendente, E paradoxalmente, também não interessa aos republicanos.
Explico: uma pesquisa do Pew Research Center mostrou que 63%
dos norte-americanos é favorável ao restabelecimento de relações diplomáticas e
66% apóiam o fim do embargo, o que faria um ponto positivo para os democratas.
Mas apenas 32% acham
que Cuba vai se tornar mais democrática ao longo dos próximos anos, o
que estimularia, para os republicanos, a discussão sobre uma maior
interferência nos assuntos internos da ilha
por parte de um governo “forte” nas relações externas, como dizem que
não são.
Um debate estéril, mas arriscado, sobre algo que se é que
algum dia fez sentido – exceto do de
alimentar a Guerra Fria, não tem mais
nenhum hoje.
É claro que não será questão de dias, como todo processo
político-diplomático, mas não deve levar muito tempo.
Até porque, e os EUA reconhecem que Cuba não dá suporte a
atos violentos contra os EUA ou seus interesses, qual a justificativa para
manter proibido o comércio?
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