O ex-ministro da Previdência, Carlos Gabas afirmou, em
entrevista exclusiva à TV 247, que a reforma do sistema previdenciário
brasileiro, proposta pelo governo de Michel Temer, coloca a crise econômica e
política do país "na conta do mais pobre"; para ele, a solução não
está em desmontar a atual rede de proteção social, como propõe Temer, mas sim
buscar outras fontes de financiamento do sistema; "Não se pode desmontar
uma rede de proteção ao mais pobre. É uma tentativa de se resolver uma crise
econômica que não foi criada pelo mais pobre, que se agravou no Brasil por
causa da crise política, colocando justamente na conta do mais pobre",
afirmou; para ele, não se pode destruir a atual rede de proteção social
existente no país; "É uma rede muito boa, que se demorou para criar, que
precisa ser melhorada, consolidada, ampliada e não destruída", alerta;
Gabas diz que "o povão quando souber do que se trata a reforma vai
reagir";assista entrevista na íntegra
14 DE DEZEMBRO DE 2016 ÀS 12:49 // RECEBA O 247 NO TELEGRAM
Telegram
247 - O ex-ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas,
afirmou, em entrevista ao vivo ao 247, que a reforma do sistema previdenciário
brasileiro, proposta pelo governo de Michel Temer, coloca a crise econômica e
política do país "na conta do mais pobre". Para ele, a solução não
está em desmontar a atual rede de proteção social, como propõe Temer, mas sim
buscar outras fontes de financiamento do sistema.
"Tem que se quer discutir sustentabilidade do sistema e
incluir todos que fazem parte do sistema, inclusive as fontes de financiamento.
Não se pode desmontar uma rede de proteção ao mais pobre. Da forma que está, é
claro que esta reforma atinge duramente o mais pobre. É uma tentativa de se
resolver uma crise econômica que não foi criada pelo mais pobre, que se agravou
no Brasil por causa da crise política, colocando na conta do mais pobre",
afirmou.
Ele ressalta que alternativas o governo Dilma pensou para a
Previdência. "Nós tínhamos a discussão de outras fontes de financiamento.
Por exemplo, a distribuição de lucros e dividendos não paga Imposto de Renda.
Então, por que trazer o aposentado da Previdência, o cidadão que recebe salário
mínimo, o deficiente que recebe um benefício para sua mínima sobrevivência para
esta discussão?", questiona.
Questionado sobre a participação dos militares e policiais
na discussão da Previdência, Gabas defende a abertura do diálogo. "Tem que
discutir com os militares não só a forma de financiamento, mas os critérios de
acesso a essas aposentadorias. Se a conta não fecha, como estão dizendo, quem
vai pagar essa conta? Quem tem mais ou quem tem menos?". pergunta.
Para ele, não se pode destruir a atual rede de proteção
social existente no país. "Estamos falando de uma rede de proteção social
para gente que precisa do Estado. É uma rede muito boa, que se demorou para
criar, que precisa ser melhorada, consolidada, ampliada e não destruída, como
está sendo feito nesta reforma", alerta.
O ex-ministro ainda pondera que a partir do momento que a
sociedade tiver noção do que está em jogo irá se levantar contra a reforma.
"Quando a sociedade perceber que está em jogo o seu futuro, a sua
aposentadoria, no momento em que ela mais precisa da proteção social, é claro
que não irá concordar. Por isso, estão fazendo essa discussão tão rápida, a
toque de caixa, para não dar tempo da sociedade se mobilizar. O povão quando
souber do que se trata vai reagir", avalia.
0 comentários :
Postar um comentário