sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

GABAS: QUEM PAGA A CONTA DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA É O POBRE









O ex-ministro da Previdência, Carlos Gabas afirmou, em entrevista exclusiva à TV 247, que a reforma do sistema previdenciário brasileiro, proposta pelo governo de Michel Temer, coloca a crise econômica e política do país "na conta do mais pobre"; para ele, a solução não está em desmontar a atual rede de proteção social, como propõe Temer, mas sim buscar outras fontes de financiamento do sistema; "Não se pode desmontar uma rede de proteção ao mais pobre. É uma tentativa de se resolver uma crise econômica que não foi criada pelo mais pobre, que se agravou no Brasil por causa da crise política, colocando justamente na conta do mais pobre", afirmou; para ele, não se pode destruir a atual rede de proteção social existente no país; "É uma rede muito boa, que se demorou para criar, que precisa ser melhorada, consolidada, ampliada e não destruída", alerta; Gabas diz que "o povão quando souber do que se trata a reforma vai reagir";assista entrevista na íntegra
14 DE DEZEMBRO DE 2016 ÀS 12:49 // RECEBA O 247 NO TELEGRAM Telegram


247 - O ex-ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, afirmou, em entrevista ao vivo ao 247, que a reforma do sistema previdenciário brasileiro, proposta pelo governo de Michel Temer, coloca a crise econômica e política do país "na conta do mais pobre". Para ele, a solução não está em desmontar a atual rede de proteção social, como propõe Temer, mas sim buscar outras fontes de financiamento do sistema.

"Tem que se quer discutir sustentabilidade do sistema e incluir todos que fazem parte do sistema, inclusive as fontes de financiamento. Não se pode desmontar uma rede de proteção ao mais pobre. Da forma que está, é claro que esta reforma atinge duramente o mais pobre. É uma tentativa de se resolver uma crise econômica que não foi criada pelo mais pobre, que se agravou no Brasil por causa da crise política, colocando na conta do mais pobre", afirmou.

Ele ressalta que alternativas o governo Dilma pensou para a Previdência. "Nós tínhamos a discussão de outras fontes de financiamento. Por exemplo, a distribuição de lucros e dividendos não paga Imposto de Renda. Então, por que trazer o aposentado da Previdência, o cidadão que recebe salário mínimo, o deficiente que recebe um benefício para sua mínima sobrevivência para esta discussão?", questiona.

Questionado sobre a participação dos militares e policiais na discussão da Previdência, Gabas defende a abertura do diálogo. "Tem que discutir com os militares não só a forma de financiamento, mas os critérios de acesso a essas aposentadorias. Se a conta não fecha, como estão dizendo, quem vai pagar essa conta? Quem tem mais ou quem tem menos?". pergunta.

Para ele, não se pode destruir a atual rede de proteção social existente no país. "Estamos falando de uma rede de proteção social para gente que precisa do Estado. É uma rede muito boa, que se demorou para criar, que precisa ser melhorada, consolidada, ampliada e não destruída, como está sendo feito nesta reforma", alerta.


O ex-ministro ainda pondera que a partir do momento que a sociedade tiver noção do que está em jogo irá se levantar contra a reforma. "Quando a sociedade perceber que está em jogo o seu futuro, a sua aposentadoria, no momento em que ela mais precisa da proteção social, é claro que não irá concordar. Por isso, estão fazendo essa discussão tão rápida, a toque de caixa, para não dar tempo da sociedade se mobilizar. O povão quando souber do que se trata vai reagir", avalia.

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