NOS
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, 49,7 MILHÕES DE PESSOAS AGORA SÃO POBRES, E 80% DE
TODA A POPULAÇÃO DAQUELE PAÍS ESTÁ BEM PRÓXIMO A ELA
por Simeon Ari | para o Political Blindspot
por Simeon Ari | para o Political Blindspot
Se
você vive nos Estados Unidos, há uma boa chance que você esteja agora vivendo
na pobreza ou muito próximo a ela. Aproximadamente 50 milhões de
estadunidenses, (49,7 milhões), estão vivendo abaixo da linha da pobreza com 80% de todos os habitantes dos Estados Unidos vivendo próximo a
linha da pobreza ou abaixo dela.
Essa
estatística da “quase pobreza” é mais surpreendente do que os 50 milhões de
estadunidenses vivendo abaixo da linha da pobreza, pois ela remete a um total
de 80% da população lutando contra a falta de emprego, a quase pobreza ou a
dependência de programas assistenciais do governo para ajudar a fazer face às
despesas.
Em
setembro, a Associated Press apontou para o levantamento de dados que falavam
de uma lacuna cada vez mais crescente entre ricos e pobres, bem como a perda de
empregos bem remunerados na área de manufatura que costumavam fornecer as
oportunidades para a “classe trabalhadora” para explicar a crescente tendência
em direção à pobreza nos EUA.
Mas
os números daqueles que vivem abaixo da linha da pobreza não refletem apenas o
número de estadunidenses desempregados. Ao contrário, de acordo com os números
de um censo revisado lançado na última quarta-feira, o número – 3 milhões acima
daquele imaginado pelas estatísticas oficiais do governo – também são devidos a
despesas médicas imprevistas e gastos relacionados com o trabalho.
O novo número é geralmente “considerado
mais confiável por cientistas sociais por que ele se baseia no custo de vida,
bem como nos efeitos dos auxílios do governo, tais como selos de comida e
créditos fiscais,” segundo o relatório da Hope Yen para a
Associated Press.
Alguns
outros resultados revelaram que os selos de comida (distribuídos pelo governo a
pessoas em situação de pobreza) auxiliaram 5 milhões de pessoas para que essas
mal pudessem atinger a linha da pobreza. Isso significa que a taxa atual de
pobreza é ainda maior do que a anunciada, já que sem tal auxílio, a taxa de
pobreza aumentaria de 16 a 17,6 porcento.
Estadunidenses
de origens asiática e latina viram um aumento no índice de pobreza, subindo
para 27,8 porcento e 16,7 porcento respectivamente, superior aos 25,8 porcento
e 11,8 porcento dos números oficiais do governo. Afro-americanos, contudo,
viram um decréscimo bem pequeno, de 27,3 porcento para 25,8 porcento que, como
documentado pelo estudo, deve-se aos programas assistenciais do governo. O
índice de pobreza também aumentou entre os brancos não-hispânicos, de 9,8
porcento para 10,7 porcento.
“A principal razão para a pobreza permanecer tão alta,” disse
Sheldon Danziger, um economista da Universidade do Michigan, “é que os
benefícios de uma economia crescente não estão mais sendo compartilhada por
todos os trabalhadores como eram nos vinte e cinco anos que se seguiram o final
da Segunda Guerra Mundial.
“Dado
as condições econômicas atuais,” continua, “a pobreza não será substancialmente
reduzida a menos que o governo faça mais para auxiliar os trabalhadores
pobres.”
Enquanto
isso, o governo dos Estados Unidos parece pensar que a resposta é cortar mais
daqueles serviços que estão ajudando a manter 80% da população minimamente
acima da linha da pobreza, cortaram os selos de comida desde o começo do mês.
Democratas e Republicanos estão negociando apenas quanto mais desses programas
devem ser cortados, mas nenhum dos partidos estão discutindo que eles sequer
deveriam ser tocados.
(Artigo por Simeon Ari; Foto
via AP Photo)
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