por Eron Bezerra
Publicado 30/12/2020 16:46
Em 10 meses a
ciência já produziu quase uma dezena de vacinas contra o coronavírus. É uma
inequívoca demonstração de que a ciência salva vidas, enquanto a incompetência
gerencial e a estupidez negacionista do governo matam, ceifam vidas. A
incompetência é de tal ordem que o governo não providenciou sequer seringas,
quanto mais vacinas para imunizar a população. Não há governo, estamos à mercê
da própria sorte.
Por outro lado é
digno de registro a velocidade com que essas vacinas foram produzidas, o que
demonstra a assertiva do materialismo histórico, da ciência, de que tudo está
em constante movimento, transformação e evolução. E quanto mais conhecimento
científico for sistematizado, mais rapidamente serão as respostas tecnológicas
aos desafios que nos são impostos, os quais, infelizmente, são recorrentes.
Desde que a
humanidade começou a produção social de alimentos e iniciou seu processo de
sedentarização, há mais ou menos 10 mil anos, ela vem sendo vítimas de
epidemias e pandemias, dentre outras razões porque a aglomeração humana
facilita a transmissão de patógenos e potencializa os efeitos nocivos dessas
tragédias. Isso é conhecido há séculos, embora o atual governo ainda hoje faça
deboche das recomendações técnicas para que se evite aglomerações.
Entre 1347 e 1351,
após sucessivas tragédias produzidas pela peste, coqueluche, varíola, etc., a
população, já então bastante fragilizada e atingida de fome, foi acometida pela
“peste negra”, que dizimou de um quinto à totalidade de habitantes de
determinadas regiões da Europa, segundo Le Roy Ladurie e Morineau (1987).
O conhecimento
científico de então não era suficiente para produzir vacinas, nem mesmo remédios
eficientes para tais moléstias e, em certa medida, isso correspondia a lógica
macabra da teoria malthusiana que defendia o equilíbrio populacional pela
eliminação de uma parcela da população (os pobres, naturalmente) através das
guerras e epidemias. Era a lógica da classe dominante de então (a aristocracia)
assim como hoje, tudo indica, é a lógica do atual governo que costuma repetir
que “alguns vão morrer, e daí?”.
E, de fato, a
produção de vacinas não era processada com a velocidade que se produziu a da
Covid-19. A vacina da meningite, por exemplo, levou 94 anos para ser produzida
desde sua identificação em 1887 até seu uso em 1981; a da poliomielite levou 43
anos (1908-1955) e a do sarampo algo como 9 anos (1954-1963). A vacina da Covid
levou 10 meses e as principais são a Coronavac (China/Butantan); Sputinik
(Rússia/Governo do Paraná); Oxford/AstraZaneca/Fiocruz; Pfizer/BioNTech, dentre
outras.
O Brasil está entre
as 10 maiores economias do planeta, logo não falta dinheiro para adquirir
vacinas e seringas. O que falta é competência gerencial e compromisso com o
povo, que assiste impotente seus entes queridos sendo enterrados em vala comum
enquanto o governo faz piadas e debocha de uma tragédia que já infectou quase 8
milhões de pessoas e matou 200 mil. Não há governo, estamos à mercê da própria
sorte.
Boa parte dos
países já começou a vacinar sua população. Mesmo países de economia modesta,
como Argentina, Chile, Costa Rica e México, já vacinam sua população, enquanto
o desgoverno brasileiro oferece, numa previsão otimista, iniciar a vacinação
apenas no final do mês de janeiro.
Quantas vidas a
mais serão perdidas por conta da incompetência e estupidez desse governo?
Por Eron Bezerra. Leia mais clicando abaixo:
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