A Comissão Justiça
e Paz também pede engajamento pela vacinação, pelo auxílio emergencial e pela
CPI da pandemia
por Da redação
Publicado 06/02/2021 22:17
Manifestação pedindo o impeachment do presidente Bolsonaro por genocídio
durante a pandemia da Covid-19.
A Comissão Justiça
e Paz da Regional Sul 1 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), que reúne cidades do estado de São Paulo, manifestou, neste sábado (6),
posição favorável ao impeachment de Jair Bolsonaro (ex-PSL).
“Sim. Fora
Bolsonaro. Por quê? Não honra os compromissos de defesa da vida dos
brasileiros, fustiga as populações marginalizadas, expressa em palavras e atos
práticas supremacistas brancas, antifeministas, homofóbicas, preconceituosas e
faz da mentira o conteúdo de suas comunicações cotidianas”, diz a nota.
O texto lembra que
Bolsonaro, ao tratar da pandemia do novo coronavírus, ignorou e
desqualificou condutas propostas pela ciência e pela Organização Mundial da
Saúde (OMS). “Desonra máxima frente aos povos e nações de todo o mundo. O pior
do humano instalado, o nacionalismo rasgado, a liberdade ameaçada”.
Ao criticar a
afinidade de Bolsonaro com o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, a
comissão aponta que esse alinhamento resulta numa prática “genocida”.
“Concentração da riqueza, privatização acelerada, ataque voraz ao meio
ambiente, ocupação das terras indígenas, impondo a recessão, condenando à fome
grande parte dos brasileiros sem trabalho, sem-terra e sem-teto”, enumera o
documento.
Por fim, a comissão
pede engajamento em quatro frentes de luta: vacinação gratuita, para todos e
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), retomada do auxílio emergencial, Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia e impeachment de Bolsonaro.
Leia a nota da
íntegra:
Em defesa da
Vida
Os novos desafios
que enfrentamos no Brasil, com o avanço da pandemia, foram multiplicados com a
condução errática das medidas de proteção da saúde essenciais a todos os que
habitamos o país.
As condutas
propostas pela ciência e pela Organização Mundial da Saúde foram ignoradas pelo
presidente Jair Bolsonaro e desqualificadas sistematicamente pelo governo
central.
Poderíamos supor,
que ao escolher como referência e bandeira o torturador Carlos Alberto
Brilhante Ustra, o presidente estivesse se alinhando às práticas do pior do
humano – a prática da tortura.
Não sabíamos,
ainda, que essa prática viesse a se tornar genocida, sustentada pela política
econômica de concentração da riqueza, privatização acelerada, ataque voraz ao
meio ambiente, ocupação das terras indígenas, impondo a recessão, condenando à
fome grande parte dos brasileiros sem trabalho, sem-terra e sem-teto.
Marginalizada, a
população, principalmente pobre, preta e periférica, sem qualquer proteção
preventiva face ao coronavírus passou a morrer sem auxílio, sem lugar para ser
velada, sem o último olhar do familiar e do amigo.
Cemitérios abertos
e valas sem identificação, corpos sem nome foram sobrepostos. Em menos de 365
dias, desde as primeiras mortes informadas em março de 2020, o Brasil ocupou os
primeiros lugares dos mortos vitimados em consequência da pandemia.
Desonra máxima
frente aos povos e nações de todo o mundo. O pior do humano instalado, o
nacionalismo rasgado, a liberdade ameaçada.
Sim. Fora
Bolsonaro. Por quê?
Não honra os
compromissos de defesa da vida dos brasileiros, fustiga as populações
marginalizadas, expressa em palavras e atos práticas supremacistas brancas,
antifeministas, homofóbicas, preconceituosas e faz da mentira o conteúdo de
suas comunicações cotidianas.
Estamos indignados
e atônitos diante da condução do nosso destino como povo e como nação. O que
fazer? Como unir as bandeiras das nossas lutas específicas? Tendo como norte a
esperança e no coração a coragem, que possamos construir caminhos de recuperação
do nosso país, erguido sobre sofrimento histórico dos escravizados e que não
desistiu de sobrepor o projeto civilizatório à barbárie.
No momento que
atravessamos isso exige o engajamento de todos em 4 urgências: (1) vacinação
gratuita, para todos e pelo SUS; (2) retomada do auxílio emergencial; (3) CPI
da pandemia; e (4) impeachment de Bolsonaro.
São Paulo, 06 de
fevereiro de 2021.
Comissão Justiça e Paz do Regional Sul 1 da CNBB
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