Marcha no ABC Paulista deu início a jornada de protestos contra altas taxas de juros no Brasil, exigindo ação imediata do Banco Central. #JurosBaixosJá
por Barbara Luz
Publicado 18/06/2023 14:27 | Editado 18/06/2023 14:56
Trabalhadores participam no ABC do primeiro ato da jornada pela redução
dos juros | Foto: Roberto Parizotti/CUT
Na manhã da última
sexta-feira (16), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB),
centrais sindicais e movimentos populares, deram início à “Jornada Contra os
Juros Altos”, uma mobilização contínua em luta pela redução da taxa básica de
juros, conhecida como Taxa Selic, aplicada no Brasil. Atualmente, a taxa está
em 13,75%, sendo a mais alta do mundo e gerando consequências negativas para o
país.
Umas marcha pelas
ruas de São Bernardo do Campo (SP) levou centenas de trabalhadores e
trabalhadoras para a frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. As entidades
envolvidas afirmam que o movimento será permanente até que o Banco Central,
comandado pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, deixe de boicotar o país e
reduza a taxa de juros básica, a fim de impulsionar o desenvolvimento nacional.
A taxa de juros
elevada no Brasil tem impactos significativos, como a queda no consumo e
entraves para o crescimento econômico. Após descontar a inflação acumulada em
12 meses, que atualmente é de 5,79%, a taxa real de juros no país é de 7,52% ao
ano, a mais alta do mundo.
Essa taxa prejudica
o investimento, a produção das empresas e a geração de emprego e renda,
favorecendo apenas o rentismo. Para impulsionar a economia e promover o
crescimento, o Banco Central precisa revisar sua política de juros e reduzir a
Selic de forma urgente.
Ubiraci Dantas,
vice-presidente nacional da Central dos Trabalhadores do Brasil, conhecido como
Bira, destaca a importância de reduzir as taxas de juros a níveis
internacionais. “Nós estamos trabalhando no sentido de montar e constituir a
Frente Ampla em defesa da redução drástica das taxas de juros, chamando
trabalhadores, empresários, parlamentares, partidos, juristas pra que a gente
possa, a exemplo do que foi a frente em defesa da democracia, fazer uma frente
em defesa da redução das taxas de juros pra acabar com a sabotagem que o Banco
Central está fazendo com o nosso país e com o governo Lula.”, disse ao Portal
Vermelho.
Bira enfatiza que a
atual taxa de juros de 13,75% retirou “500 bilhões de reais do país” no ano
passado, por meio de “capital especulativo”. “E se deixar assim esse ano vai
ser R$ 800 bilhões. Aí não vai sobrar nada para o nosso povo.”, alertou o
vice-presidente.
Logo da campanha #JurosBaixosJá
A presidenta
nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também acompanhou a marcha de lançamento da
campanha. Durante discurso ela destacou os avanços do país no governo Lula;
citou o primeiro reajuste da tabela do imposto de renda, o aumento real do
salário mínimo e programas sociais que foram retomados pelo presidente como o
Mais Médicos, o novo Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.
Porém, salientou
Gleisi, o BC sabota os resultados dessas ações. “Se a taxa de juros continuar
como está, não vamos ter investimento no país e, se não houver investimento,
não vamos gerar emprego. Sem emprego, não tem renda, a economia fica ruim e a
vida do povo piora. Por isso, essa luta. O Banco Central tem sido hoje o grande
empecilho pra gente retomar o crescimento da economia”, disse.
Confira o vídeo da campanha abaixo:
E a pressão continua
A pressão contra a política monetária do Banco Central continuará nos próximos dias. Nesta segunda-feira (19), os movimentos sociais realizarão um grande tuitaço nas redes sociais, compartilhando materiais gráficos e vídeos para conscientizar a população sobre os impactos negativos da política de juros altos impostos pelo BC. As hashtags #JurosBaixosJá e #ForaCamposNeto darão o tom nas redes.
Já na
terça-feira (20), atos serão realizados em todo o país, em frente às
unidades do Banco Central em cada estado que possua uma sede. Em São Paulo, o
ato está marcado para as 10 horas, em frente ao BC da Avenida Paulista.
Com a mobilização
em curso, com previsão de término no dia 2 de julho, os movimentos populares
buscam chamar a atenção para a necessidade de uma política de juros mais
favorável ao desenvolvimento do país e esperam obter resultados concretos por
meio de suas ações de protesto e conscientização.
__
Com informações de
agências
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